Como já disse em outro artigo, no final de semana passado prestei provas para o concurso do INSS, para os cargos de analista e técnico. Só que não estava realmente concorrendo por uma das vagas oferecidas, já que minha meta é outra, quero um salário maior, não tenho vergonha de dizer.
Por que me inscrevi então? Por dois motivos.
1) A banca examinadora foi a Cespe, que também é a banca escolhida para muitos bons concursos.
2) Poderia fazer prova numa cidadezinha próxima de onde moro, ou seja, com pouco mais de cem reais prestaria essas provas, incluindo inscrições, deslocamento e alimentação. Claro que não deixaria passar a chance de fazer um simulado em condições reais como seria esse concurso para mim.
Só que, sinceramente, não me preparei para esse concurso especificamente. Estudei Direito Previdenciário somente semana passada e sem muito afinco, já que meu foco no momento é a prova da CGU nesse final de semana.
Então lá fui eu fazer provas, tranqüilo, sem pressão, preocupação. Olha, se você nunca fez isso, faça. É tão bom ir para uma prova dessa forma. Tenho certeza, inclusive, que experimentar essa tranqüilidade ajuda a combater a pressão em outras provas realmente importantes para o concurseiro. Não sei explicar direito como é, mas é bom. Geralmente na entrada dos locais de prova, os concurseiros sérios estão tensos, prontos para o combate. Para variar, estar naquele lugar sem essa tensão meio que desmistifica a situação. Repito, se você nunca fez um concurso só por treinamento depois que começou a estudar sério para concursos públicos (antes não vale), então faça o quanto antes. Se eu soubesse que fazer isso me proporcionaria essa dose de tranqüilidade, teria feito antes.
Fiz as provas com seriedade, como não poderia deixar de ser. Que fosse um simulado e que não estivesse realmente concorrendo por uma vaga, mas não estava lá de brincadeira. Li com cuidado cada uma das afirmativas, marquei as que sabia logo de cara, fazia um sinalzinho nas que tinha dúvida para repassar, já excluía de responder aquelas que tinha certeza de que não sabia. Na prova da manhã terminei dez minutos antes de poder levar o caderno de provas. Na prova da tarde terminei com três horas.
A prova para analista realmente me surpreendeu. A Cespe cobrou praticamente todos os tópicos previstos no edital nas 150 questões da prova. Foi uma prova abrangentíssima e, por isso mesmo, que exigiu bastante dos candidatos. Saí daquela prova sabendo que teria de ter estudado muito sério para poder realmente concorrer a uma vaga.
A prova para técnico estava mais tranqüila, em termos. A cobrança dos tópicos específicos de previdenciário foi o que mais pesou. Gostei da cobrança ter sido através de pequenos casos. A questões traziam uma historinha (José foi contribuinte individual por 20 anos, segurado empregado por 5 anos, quebro a perna ...) e os candidatos tinham de analisá-las segundo as regras do Direito Previdenciário. Muito inteligente. Achei essa prova relativamente fácil e para quem tivesse estudado por uma boa apostila com afinco por dois meses, tranqüilamente daria para fazer, no mínimo, 90% de acertos.
Ontem foram divulgados pela Cespe os gabaritos preliminares. Na prova de analista acertei 103 questões, errei 32 e não fiz 15 das 150 questões, portanto fiz 71 pontos líquidos. Esse resultado não me surpreendeu, sinceramente. Na prova para técnico, acertei 111 questões, errei 29 e não fiz 9 delas, também em 150 questões, portanto fiz 82 pontos líquidos. Esse resultado, sim, me surpreendeu. Não esperava que tivesse ido tão bem na prova para técnico com todas aquelas historinhas para analisar.
Tenho certeza de que a tranqüilidade que experimentei prestando esse concurso sem compromisso ajudou e muito para que tivesse esse desempenho, principalmente em uma matéria que mal estudei. Não é a toa que muitos concurseiros sérios tiveram sucesso em concursos que prestaram mais por prestar do que para, realmente, concorrer, um deles é o William Douglas, que já escreveu vários artigos sobre isso.
Resumo da ópera - Uma de minhas prioridades a partir desse concurso é a de descobrir um modo de levar comigo essa tranqüilidade para as provas em que estou realmente lutando por uma vaga, algo que afetou positiva e sensivelmente meu desempenho. Concluí que essa tranqüilidade vale ouro, vale mais que uma super memória ou super inteligência. Agora é descobrir como tê-la sempre comigo.
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