Quem acompanha o blog sabe que faz uns dois meses que prestei provas para a CGU, concurso que teve a mesma banca que o do MPOG que fiz provas nesse final de semana, a Esaf. Como tinha dito nos comentários daquele concurso, fiquei decepcionado com meu desempenho, principalmente em matérias que me sentia seguro, como direitos Administrativo e Constitucional. Tudo bem que a Esaf pegou pesado daquela vez, algo inclusive comentado por professores sérios dos melhores cursinhos de concursos públicos do Brasil, mas mesmo assim fiquei decepcionado com meu desempenho.
Quando saiu o edital do concurso do MPOG, com praticamente as mesmas matérias e a mesma banca organizadora, juro que por um instante fiquei com receio de me inscrever. Naquele instante foi como nos desenhos animados, em que uma miniatura de mim mesmo vestido de diabinho surgisse junto do meu ouvido esquerdo e dissesse que eu não teria chance, que iria mal como fui na prova da CGU (que nem sabia ainda do resultado) e que não deveria me inscrever. Mas então foi como se surgisse outra miniatura de mim mesmo vestido de anjinho junto do meu ouvido direito e dissesse para eu não prestar atenção no diabinho, que deveria acreditar em mim mesmo e me inscrever, que iria muito melhor dessa vez.
Deixei o receio do lado, arregacei as mangas, me inscrevi e gritei “soltem o touro, que esse eu agarro na unha”.
Com a experiência que adquiri duramente no concurso da CGU, reorientei os estudos e mandei ver, dividindo o tempo entre esse concurso e os estudos para o concurso do STF. Foram semanas de estudo orientado, atenção aos detalhes que foram armadilhas mortais no concurso da CGU, cuidado com passagens que antes tinha visto por cima.
Então fui fazer a danada da prova.
Primeiro DiaPortuguês – Venho agradecendo a Deus que as bancas estão voltando a cobrar mais interpretação de texto que gramática, já que tenho dificuldade com a segunda, exatamente o que aconteceu na prova do MPOG. As questões mais chatinhas foram aquelas características da Esaf, cinco longos trechos de texto onde um deles tem um pequeno erro quase imperceptível que deve ser detectado pelos candidatos ... haja paciência.
Inglês – Como sou fluente no idioma, não tive nenhuma dificuldade aqui.
Raciocínio Lógico – Não estava tão difícil, mas também não estava tão fácil. Digo que foram questões justas. Em algumas apanhei um pouco, mas tenho certeza de que acertei a maioria.
Direito Administrativo – Questões mais chatas de fazer do que realmente difíceis. Como tinha estudado com mais cuidado a matéria por conta do banho que levei nela no concurso da CGU, não tive tanta dificuldade como daquela vez.
Direito Constitucional – Estava uma prova justa, mesclando questões muito fáceis com questões que exigiam mais cuidado ao analisar o enunciado e as opções de resposta.
Ciência Política – As questões dessa matéria estava difíceis. Para esse concurso estudei por três autores e ainda assim a banca conseguiu perguntar coisas que não tinha estudado ou tinha visto apenas superficialmente. Apesar de não ter ido tão bem nessa matéria, também não fui tão mal, acho que fico no 50% de acerto.
Administração Pública – Questões inteligentes e honestas. Como venho estudando essa matéria com muita atenção desde que me tornei um concurseiro, não tive dificuldade.
Economia – Aqui a Esaf pegou pesado. Tava uma prova bastante difícil e com algumas pegadinhas traiçoeiras. Acredito que nessa matéria terei também um índice de acerto de 50%.
Para mim o primeiro dia de prova foi bastante tranqüilo e sai animado com meu desempenho. Claro que fiquei com aquela sensação de que poderia ter ido melhor em algumas matérias, que devia ter estudado com mais cuidado alguns assuntos, mas no geral saí satisfeito.
Segundo DiaGestão Governamental – Para essa matéria haviam 20 questões fechadas e uma questão discursiva (aberta). Considerei uma prova justa, com a maioria de questões de dificuldade média e algumas difíceis, mas não impossíveis de responder.
A questão aberta exigia que os candidatos abordassem quatro tópicos, o que achei um pouco demais. Como tinha estudado o assunto cobrado com alguma profundidade, não tive problemas em escrever 40 linhas de resposta (o mínimo eram 30 linhas e o máximo 50 linhas).
Políticas Públicas – Para essa matéria também haviam 20 questões fechadas e uma questão discursiva (aberta). Como se diz na minha terra, aqui “a porca torceu o rabo”. A Esaf resolveu dificultar com gosto essa prova. As questões eram chatas de fazer, fechadas, daquelas que você tem de escolher não a resposta errada, mas a menos certa.
A questão aberta exigia que os candidatos conhecessem um conceito especifico da matéria para poder abordar a contento os tópicos exigidos. Dei graças a Deus que pelo menos tinha visto uma rápida definição desse conceito, o que, pelo menos, não me deixou tão perdido, apesar de, infelizmente, não ter sido o suficiente para salvar totalmente meu pescoço.
Como tive mais facilidade de encontrar material de estudo para Gestão Governamental, obviamente fui melhor nessa matéria. Para Políticas Pública a dificuldade de encontrar bom material de estudo sobre os tópicos apontados no edital foi muito maior, de forma que fui fazer a prova consciente de que estava longe de estar bem preparado para encarar essa matéria (essa matéria foi aquela que os mesmos tópicos serão ministrados em um curso de mestrado na UFRJ, sobre o quê escrevi uma artigo semana passada).
Agora é esperar para ver o resultado desse concurso. Como minha opção é para Gestão Governamental, que então tem peso 2 na contagem de pontos (Políticas Públicas terá peso 1), juntando o alto índice de abstenção e uma boa dose de esperança, talvez eu tenha alguma chance de aprovação nesse concurso. É esperar para ver.
Resumo da ópera – Esse concurso serviu para me ensinar algo de uma vez por todas. No universo dos concursos públicos, a dificuldade das provas tem altos e baixos. Em concursos de uma mesma banca podemos ir mal algumas vezes e bem em outras. O que importa é aprender com nossos erros quando vamos mal e não ter medo de encarar a banca novamente, quando pode ser que nos demos bem.
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