Concursos Públicos
Uma feijoada gordurosa em um dia quente
Voltei vivo das provas do concurso do TST e olha que não foi fácil. Só para vocês terem uma idéia de como foi minha batalha, primeiro enfrentei uma agradável viagem de ônibus de quinze horas até Brasília, depois de duas horas de sono reparador e almoço, me diverti com cinco horas de revisão relâmpago pré-prova, aí um pouco de TV a cabo porque ninguém é de ferro e uma boa noite de sono, no dia seguinte prova pela manhã (analista), almoço rápido e um banho, prova da tarde (técnico), corrida para chegar a tempo à rodoferroviária (lá em Brasília é esse o nome) para tomar o ônibus de volta para casa, que consumiria outras deliciosas dezesseis horas.
Mas o que interessa é como foi a prova, não o que enfrentei para chegar lá e voltar, certo? Talvez. Mas vamos por aí.
Analista Administrativo - A prova foi difícil. Venho estudando seriamente desde abril do ano passado, estudei forte para essa prova e achei difícil. Foi uma prova bem diferente do que a Cespe está acostumada a propor aos candidatos. As questões estavam mais densas, mais complicadas que de costume. Fiz muitas questões anteriores da banca de vários concursos e posso dizer que é nítido o salto em dificuldade ocorrido nessa prova. Tinha prestado no segundo semestre do ano passado o concurso do Inmetro, organizado por essa mesma banca, e posso dizer que o nível de dificuldade foi três vezes maior no concurso do TST.
Técnico – A prova foi mais tranqüila do que a prova para analista, mas mesmo assim estava bastante puxada. Achei que foi mais justa que a primeira por ter menos pegadinhas e complicações textuais. Se o candidato estudou com seriedade usando um bom material e não fez nenhuma bobagem na hora da prova, se sairá bem, o que tornará a nota de corte para esse cargo maior que para o de analista.
“Seleção, executada pelo Cespe/UnB, foi a maior já realizada no Distrito Federal. Ao todo, foram 151.045 inscritos”. Essas são palavras da própria Cespe em um comunicado recente sobre o concurso. Ainda segundo a banca, após a contagem final de candidatos que realmente prestaram provas (o índice de falta foi alto segundo comentário geral após as provas), a concorrência para as 205 vagas de analista é de 217 candidatos/vaga e para técnico, com 107 vagas, de absurdos 624 candidatos/vaga. Esses números altos querem dizer somente uma coisa, que a prova não poderia ser mesmo fácil, senão teria um montão de gente empatando em primeiro lugar, hehehehe. É isso que dá concurso público se tornar mania, aumenta o número de candidatos, as provas tornam-se mais difíceis e a concorrência mais acirrada.
Quanto à prova de analista, minha principal reclamação é quanto à densidade das questões. Sabe quando as questões são moldadas de forma a testarem o candidato inclusive quanto à capacidade de leitura e compreensão textual? Ou seja, se o cara leu e não entendeu, se ferrou. Havia também, como não poderia deixar de ser, várias das famosas “pegadinhas”, algumas muito inteligentes e traiçoeiras.
Quanto à prova de técnico, que fiz em apenas uma hora e meia ... não, não porque sabia tudo e achei fácil, muito pelo contrário, mas porque tinha de correr para chegar a tempo na tal rodoferroviária a para tomar o ônibus de volta pra casa. Além disso, meu foco nesse concurso foi para o cargo de analista. Como já disse, achei a prova de técnico mais tranqüila e um pouco mais fácil que a prova de analista, não havia, em geral, a tal moldagem para testar a capacidade de leitura e compreensão textual, as questões forma mais diretas, e as pegadinhas foram muito poucas e mais fáceis de serem detectadas.
Resumo da ópera – Comparo as provas do concurso do TST a uma feijoada gordurosa em um dia quente, ou seja, de digestão bastante lenta e difícil. De qualquer modo, não foi surpresa, para mim pelo menos, esse nível de dificuldade. Acabou, gente, a era das provas fáceis em concursos públicos, agora é se preparar ainda mais e melhor para provas difíceis e complicadas.
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Não perca amanhã meu artigo sobre os comentários sobre as provas do TST e os tipos de candidatos que encontrei lá em Brasília.
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