Quando abriu um dos primeiros cursinhos preparatórios de Florianópolis, no início da década, Alexandre Yoshida tinha que explicar o que era concurso público antes de pensar em atrair alunos.
Hoje, a realidade é outra: a Escola para Carreira Pública (ECP) mantém uma média de 200 concurseiros por mês.
– Altos salários e estabilidade são um chamariz para o serviço público – comenta.
O especialista em avaliação de políticas públicas da Univali Eduardo Guerini justifica que o boom dos concursos recomeçou há cinco anos, período que coincide com a retomada de investimentos federais em infraestrutura e ampliação da participação estatal na economia. De 2004 até 2009, foram criados, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 1.664.166 vagas na administração pública, o que gerou um acréscimo de 18% na contratação de servidores via concurso.
– O Estado voltou a ser o indutor do desenvolvimento e precisou de braços para tocar esse processo. Outro fator que aumentou a oferta de vagas é que os servidores tornados estáveis pela Constituição de 1988 estavam no tempo de se aposentar e saíram do quadro nos últimos cinco anos.
Na sexta-feira, segundo a Associação Nacional de Proteção ao Concurso Público (Anpac), havia cerca de 62 mil vagas disponíveis para o serviço público. Em Santa Catarina, havia, pelo menos, 3.687 vagas.
Mas o cenário de muitas opções para os concurseiros pode mudar, alerta o professor do Departamento de Administração da UFSC Dante Marciano Girardi. Isso porque o número de vagas pode reduzir em até 50% nos próximos dois anos.
O especialista diz que 65% da demanda de mão de obra já foi preenchida e que a terceirização e informatização da administração pública tendem a reduzir as contratações.[Fonte: DC]
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