Concurso-Tur
Concursos Públicos

Concurso-Tur


Tenho uma amiga, advogada recém-formada, que começou a estudar para concursos públicos alguns meses antes de mim. Ela estuda bastante, é muito séria e inteligente, mas faz algo que acho que a está prejudicando. Ela opta por fazer ou não concursos dependendo da cidade serão as provas. Se for praia, ela vai. Se for cidade com lugares legais para visitar e sair à noite ela vai. Se for cidade menor ou sem atrativos, ela nem pensa em se inscrever no concurso.

Tempos atrás argumentei com ela que isso não deveria ser seu foco, que poderia a estar atrapalhando tanto nos estudos quanto nas provas. Ela respondeu “desde o ano passado eu não faço outra coisa senão estudar, estudar, estudar. Qual o problema em quando for prestar prova unir o útil ao agradável e também fazer um pouco de turismo para espairecer?”. Vê-se que ela está irredutível nessa decisão.

Quando fiz cursinho pré-vestibular, também conheci muitos vestibulandos que adoravam fazer turismo na época dos vestibulares. Os caras se inscreviam em uma dezena de vestibulares pelo Brasil afora e ficavam dois meses viajando. Tínhamos até um nome para essa prática, vestibo-tur. Extrapolado para o mundo dos concursos públicos, temos o concurso-tur.

Sinceramente não acho que dê para unir a pretensão de ir bem em provas de concursos públicos, onde a dificuldade e concorrência acirrada são as palavras de ordem, com fazer turismo. Tenho vários motivos para sustentar minha opinião. Vejamos.

1 – Quando alguém decide fazer concurso-tur, cria de cara uma expectativa quanto à viagem pelo seu lado prazeroso. A pessoa passa a pensar nos lugares os quais visitará, o que vai fazer, quanto poderá gastar, que tipo de programas preferirá fazer. Essa expectativa atrapalha os estudos. Quando começa a estudar para aquele concurso, batata, uma parte do cérebro já começa a pensar no turismo. Isso atrapalha, pois o concurseiro já não estudará com 100% de atenção.

2 – Viajar para fazer provas é caro, por mais que se tente economizar. Fazer turismo também é caro, por mais que se tente economizar. Juste os dois e você gastará bastante, muito mais do que esperava. A não ser para quem tem uma boa folga financeira, esse custo extra com o turismo significará ter de deixar de comprar algum bom livro de estudo, fazer um bom cursinho, se inscrever e prestar outro concurso. Não creio que valha a pena desviar recursos financeiros que deveriam estar sendo utilizados para encurtar o tempo necessário para ser aprovado e empossado só para fazer um pouco de turismo.

3 – Viajar por prazer, necessariamente, tem de ser feito sem preocupações, para relaxar, esquecer um pouco os problemas, recarregar as baterias. Agora, como alguém pode pensar fazer isso quando viaja para prestar provas de concurso, uma situação altamente estressante e encharcada de ansiedade? A não ser que a pessoa não esteja nem aí para o tal concurso, não dá para relaxar, esquecer os problemas e, muito menos, aproveitar os prazeres que a cidade visitada oferece.

Por esses e outros motivos que acho que concurseiros sérios não devem pensar em turismo quando viajam para prestar concursos públicos. Claro, não sou tão xiita a ponto de dizer que não se deva tirar um tempinho para dar uma volta e espairecer, mas no mais é se concentrar, dar uma lida nos resumos das matérias mais difíceis, enfim, se preparar para a prova. É isso que os atletas profissionais de sucesso fazem. No futebol são vários os exemplos dos grandes times e jogadores (inclusive a seleção brasileira em copa do mundo) que se ferram em jogos fáceis porque no dia anterior foram para a balada ao invés de se concentrarem para o jogo. Porque alguém acharia que com concurseiros seria diferente?

Resumo da ópera – Eu sou do time que prefere colocar o turismo na lista de coisas a serem feitas depois da posse em um bom cargo público. Pensem comigo, depois de empossados teremos tranqüilidade, dinheiro e muito mais satisfação para podermos viajar para onde quisermos, com quem quisermos, com toda a tranqüilidade do mundo, poderemos aproveitar a viajam, descansar, tomar todas e cair na balada até depois do sol nascer sem remorso. Isso é muito melhor do que fazer um turismo tenso e com gosto de culpa, ao mesmo tempo em que se garante uma bela perda de potencial competitivo nos concursos prestados.

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PERGUNTA DO DIA

O que você acha daqueles concurseiros que escolhem os locais de prova pensando, principalmente, em fazer um pouco de turismo? Você acha que quem faz isso não está muito a fim de estudar sério para passar? Você acha que dá para conciliar turismo e concursos?
Essa pergunta deve ser respondida em nossa comunidade no Orkut. Basta clicar no homenzinho ai em cima (você precisa estar conectado no Orkut em outra janela de navegador para ser levado à página de resposta).

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MÚSICA DO DIA
Steven Seagal é um ator conhecido por seus filmes que misturam artes marciais com tiroteios e muita pancadaria. Há alguns anos o cara lançou um CD de blues, que no começo foi recebido com espanto e receio, mas que logo foi elogiado pela qualidade sonora. Publicações especializadas, críticos e blueseiros importantes e respeitados elogiaram o trabalho. Realmente é o cara é bom cantor. Com vocês, do seu primeiro CD "Mojo Priest", um blues cujo nome lembra bastante nossa guerra nos concursos públicos, "Slow Boat to China".



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