Quando pessoas que se dedicam a estudar para concursos públicos se encontram, uma das perguntas fatídicas é a famosa “Há quanto tempo você está estudando?”, simples em sua forma, complicada em sua essência e que tem o poder de fazer muitas pessoas mentirem na resposta.
No universo concurseiro o tempo de estudo é usado como medida de valor das pessoas. Se alguém estuda há pouco tempo tem menos valor, se estuda há mais tempo tem mais valor, se estuda há muito tempo não tem valor nenhum.
Estranha essa medida, não é mesmo? Só que é assim que funciona. Vejamos como funciona essa estranha escala de valores.
Quem estuda há pouco tempo é tido como recém-chegado a essa guerra e que, portanto, ainda não tem muito conhecimento acumulado, ainda está brigando para dominar o básico em termos de matéria, estratégias de estudo, experiência em fazer provas. Portanto, essas pessoas não têm muito valor concursídico.
Quem estuda há mais tempo é tido como quem já alcançou o domínio das matérias e estratégias que levam à aprovação, já tem experiência em fazer provas, ou seja, estão no final da corrida dos concursos públicos, próximos da vitória.
Quem estuda há muito tempo é, por sua vez, tido como alguém que apenas engana que estuda, engana que está se dedicando, que simplesmente não sabe nada e nunca vai saber, ou seja, é um perdedor que não merece respeito, alguém que não tem valor algum.
Não é assim que muita gente pensa? Claro que é. O problema é que essa lógica está totalmente furada, não tem fundamento e só ferra quem acredita nela. Vejamos:
Quem estuda há pouco tempo pode ser tanto um novato mesmo, com pouco conhecimento de matérias de concursos e experiência em fazer provas, como também pode ser alguém com um grande conhecimento anterior de várias dessas matérias, experiência de sobra em estudar e fazer provas. E aí? O cara é novato por conta do tempo de estudo específico para concursos, mas tem muito mais bagagem que gente que estuda faz tempo para atingir o mesmo objetivo. Deve-se considerar também fatores quanto capacidade de aprendizagem, tempo disponível de estudo, tranqüilidade e disciplina para estudar, acesso a bons materiais. Uma pessoa que disponha desses fatores precisará de muito menos tempo de estudo para deixar de ser novato do que alguém que não os tenha.
Quem estuda há mais tempo ... hummm, aqui a enganação corre solta. O que tem de gente que engana a amigos, pais, parentes, cônjuge, a si mesmo, faz um bom tempo com a conversa mole de que está estudando firme, mas que ainda não foi aprovado porque a concorrência está brava, porque tem muita gente boa prestando concursos e tal, é enorme. Muitas dessas pessoas até começam estudando seriamente, mas à medida que o tempo passa vão relaxando, perdendo o fôlego e a determinação. Há outras pessoas que simplesmente estudam errado, com material deficiente, sem técnicas de estudo, então o longo tempo de estudo não rende muito. Há também gente que vem estudando com seriedade e qualidade, estando na eminência de ser aprovado, nomeado e empossado.
Quem estuda há muito tempo pode ser tanto gente que realmente apenas diz que estuda para concursos sem estudar coisa nenhuma, como quem estuda mais lentamente porque trabalha, tem família, tem pouco tempo disponível para se dedicar aos estudos. São grupos completamente diferentes de pessoas. O primeiro usa o “estudo para concursos públicos” como uma desculpa por estarem em empregos ruins, ganhando pouco, por não terem planos para o futuro, ou seja, como cortina de fumaça. O segundo grupo é de heróis, que estudam apesar das dificuldades e não se deixam esmorecer, que acreditam que mesmo demorando mais, um dia alcançarão seu desejado cargo público.
Resumo da ópera – Não é crime perguntar para alguém há quanto tempo ela está estudando para concursos, mas muito cuidado ao avaliar as respostas que receberá. Lembre-se que as aparências enganam, assim como as respostas para alguma pergunta. Já conheci concurseiros que estavam estudando há pouco mais de seis meses e sabiam muito, mas muito mesmo. Na outra ponta, já conheci falsos concurseiros que estavam estudando mais de dois anos e que nem ao menos sabiam de cor o inciso LXXIX do artigo 5º da nossa constituição.
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