Atualmente estou estudando para dois concursos públicos (MPOG e STF) e mesmo assim estou tde “orelhas em pé” para novos bons concursos que venham a aparecer. Estudo no mínimo 8 horas por dia todos os dias da semana, exceto domingos quando estudo 4 horas, todas as semanas do mês, todos os meses do ano, desde abril do ano passado. Estou nessa guerra há 13 meses, um total de 52 semanas, quase 400 dias, onde acumulei quase por volta de 3.000 horas de estudo. Já prestei sete concursos. Fui muito bem em dois, mais ou menos em outros dois, uma negação em um, e dois ainda não sei o resultado, mas estou confiante. Tenho no computador quase 20 gigabytes de material de estudo para concursos públicos, mais 50 quilos de livros, apostilas, resumos e papelada de concursos. Já engoli uma boa quantidade de sapos por ter escolhido lutar nessa guerra, briguei com um irmão e dois amigos. Gastei em inscrições, material e despesas de viagem para fazer provas alguns mil reais.
E vocês querem saber, isso não me surpreende e, muito menos, me desanima, muito pelo contrário.
Fico muito puto quando ouço concurseiro dizer alguma variação do máximo do autocomiseração “ninguém me disse que seria tão difícil”. Porra, o que você esperava, amigo? Que fosse fácil conquistar um emprego público que oferece estabilidade, bom salário e um punhado de vantagens? Surtou?
Não se enganem, essa guerra em que lutamos é difícil, dura, trabalhosa, toma tempo, recursos e muito esforço, mas muito esforço mesmo. Para cada história de sucesso há mil histórias de fracasso. Para cada feliz concurseiro sorridente no dia da posse há um punhado que ficou pelo caminho, que desanimou, que achou difícil demais continuar lutando.
Que muita gente entra nessa guerra achando que seria mais fácil do que é, é fato. Eu já pensei assim. Putz, sou um cara inteligente, passei no vestibular da Fuvest e me formei em Economia pela USP. Juro por Deus que pensei que seria empossado em, no máximo, antes do natal do ano passado. Não demorou muito tempo para eu notar que, como todo novato, tinha sido muito inocente e otimista. Pus os pés no chão, ergui a cabeça, encarei o futuro e continuei estudando apesar dos tropeços, apesar dos contratempos, apesar das batalhas não ganhar, apesar do desânimo que vira e mexe vem me fazer uma visita desagradável.
Agora, não consigo aceitar que tem gente que fica nessa guerra por um, dois, três anos, e continua achando que é fácil, mas que algum complô universal impede que vença e seja empossada. Quem realmente acredita nisso conseguiu fazer algo extraordinário que é enganar a si mesmo. Putz, esse pessoal deveria fazer algo menos extraordinário e mais prático que é cair na real e estudar com qualidade e vontade para passar.
No bate-papo de domingo um dos participantes disse “Tenho amigos que falam que estão estudando há cinco anos, mas eu pergunto: ‘Sim! Mas há quanto tempo você está parado?’”. Gente assim é comum nas fileiras dos “fazedores de concursos públicos”, chamo assim porque acho que só merece o título de “concurseiro” quem estuda com seriedade para passar. Tenho certeza de que esse pessoal se acha injustiçado, se pergunta por que para outras pessoas a luta por um cargo público é tão mais fácil, rápida e menos dolorosa.
Ponham uma coisa na cabeça, não existe luta por cargo público mais fácil, rápida e menos dolorosa. Fácil nunca é, a não ser que a pessoa tenha uma memória prodigiosa ou uma inteligência fora do comum. Rápida pode ser dependendo do grau de conhecimento anterior da pessoa, do tempo que dedicar aos estudos e dos concursos que prestar, o que não exclui uma boa dose de dor. Indolor nunca será, já que a dor faz parte do mecanismo que levará à vitória, e olha que são diversos os tipos de dor, há a dor física de ficar horas, horas e horas sentado estudando, a dor de espírito pela pressão da guerra, a dor no bolso com os gastos, a dor no ego ao descobrir que não se é tão bom quanto se pensava, entre outros tantos tipos de dor.
Resumo da ópera – Vocês devem estar pensando “putz, o cara acordou de mau humor”. Podem apostar que sim. Mas experimentem acordar e ligar a TV depois de escovar os dentes para dar de cara com um “fazedor de concurso” dizendo para um repórter que está estudando há três meses, mas que a concorrência é muito grande, que é preciso abrir mão de muitas coisas para poder estudar, que tem gente muito melhor e mais bem preparada prestando os mesmos concursos, blá blá blá blá blá blá blá ... “Puta que pariu, pare de reclamar e vá estudar que cargo público não cai do céu, não, meu amigo”.
Depois dessa explosão de fúria, nada melhor que uma música tranquila para acalmar. "Fever" é um clássico dor hythm and blues e tem em Peggy Lee uma das suas melhores intérpretes. Pouco conhecida dos não-iniciados no gênero, Peggy é muito famosa no meio, ganhadora de diversos prêmios, que além de cantora também foi compositora e atriz, sendo, inclusive, indicada ao Oscar.
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