Brasília - Fatos & Mitos
Concursos Públicos

Brasília - Fatos & Mitos


Nos Estados Unidos o patriotismo é algo muito forte. Por lá é comum das casas terem a bandeira nacional hasteada na fachada e um dos destinos turístico mais procurados do país é justamente Washington, a capital federal. Os norte-americanos acreditam que faz parte de seu dever cívico visitar Washington pelo menos uma vez na vida, aproveitando para fazer um tour por algumas cidades não muito distantes que tiveram participação ativa na independência do país do jugo Inglês.

No Brasil, ao contrário, além de não sermos tão patriotas quanto os gringos (o que é uma pena), também preferimos visitar qualquer outro lugar antes de considerar Brasília. Eu mesmo somente vim a conhecer Brasília faz uns cinco anos e ainda assim por conta de compromissos profissionais e depois concursídicos, nunca planejei uma viagem de turismo à Brasília.

Para a maioria dos brasileiros, Brasília sempre foi a famosa cidade criada por Juscelino Kubitschek no meio do Planalto Central alguns anos antes início da Ditadura Militar. Uma cidade distante, planejada por um tal de Oscar Niemeyer (mais um de nome estranho), com avenidas largas, prédios imponentes e centro focal das grandes falcatruas dos políticos corruptos brasileiros.

Não é a toa que muitos concurseiros temem a cidade só de pensar na possibilidade de ser aprovado em um dos diversos concursos para cargos a serem exercidos por lá. As lendas são muitas e também a desinformação. Na primeira parte desse artigo (publicado antes de ontem) detonei o mito de que “Brasília é a cidade de mais alto custo de vida do país”. Hoje vou terminar falando um pouco da cidade sob a ótica de interesse dos concurseiros que vão lá prestar provas de concursos públicos, para quem a cidade pode até parecer um pouco ameaçadora no começo, mas que na verdade é mansa com um carneirinho.

As portas de chegada

Quem vai para Brasília de avião fica satisfeito ao desembarcar em um aeroporto moderno e bonito, se bem que bem menor do que se esperaria para a capital do país. De qualquer modo a primeira impressão que se tem é muito boa.

Quem chega de automóvel provavelmente passará primeiro por alguma das cidades satélites antes de chegar em Brasília em si. Nesse caso a impressão pode não ser tão boa, já que as cidades satélites não são muito diferentes de muitas cidades brasileiras sem planejamento urbano. Inclusive, somente Brasília tem planejamento urbanístico, as cidades satélites não têm planejamento praticamente algum.

Quem chega de ônibus ficará decepcionado com a rodoviária da cidade. Todo mundo espera que a rodoviária da Capital Federal seja tão bonita quanto o aeroporto, mas a realidade é muito, muito diferente. A rodoviária de Brasília, que lá se chama rodoferroviária (só que não vi nenhum trem de passageiros por lá), é uma das mais feias e escuras que já tive o desprazer de conhecer. Realmente é uma decepção.

As avenidas largas

Realmente Brasília é a cidade das avenidas largas ... e sem retornos. Isso mesmo, se você erra uma entrada ou saída (os viadutos que por lá são chamados de tesourinhas), ferrou, você precisará dirigir um bom trecho até encontrar outro.

Se amplas avenidas já significaram trânsito tranqüilo na cidade, hoje já são o cenário de engarrafamentos nos horários de pico. É a modernidade.

Andar de ônibus na cidade

Apesar de muita gente que mora lá dizer que isso é virtualmente impossível, não achei bem assim, não. A cidade transborda de táxis, mas como sempre esse tipo de meio de transporte é caro. Quando ia para lá a trabalho não me preocupava com esse detalhe, mesmo porque o dinheiro para pagar meus deslocamentos não saía do meu bolso, mas do caixa da empresa. Agora, todas as vezes que fui para prestar concursos, a coisa foi diferente.

Procurei informar-me quanto às linhas de ônibus que me levariam onde prestaria prova, de volta para o hotel, para a tal da rodoferroviária. Nenhuma das vezes fiquei horas esperando (como muitos querem fazer acreditar), paguei R$2,00 a passagem e me desloquei muito bem para onde precisava ir.

Por exemplo, há um circular que vai da rodoferroviária até a rodoviária no centro do Plano Piloto (a rodoviária é o terminal central de ônibus urbanos e o Plano Piloto fica bem no centro de Brasília, diante da Esplanada dos Ministérios), passando pelos hotéis da cidade. Se você vai de lá para seu hotel de táxi, pagará em torno de R$30,00. Se você usa esse circular e caminha um pouco (nunca mais de 500 metros) até seu hotel, gastará R$2,00 ... somente R$48,00 de economia.

Hotéis em Brasília

Por lá há muitos hotéis e a grande maioria está concentrada em uma área específica da cidade, chamada Setor Hoteleiro, que fica pertinho da tal rodoviária de ônibus urbanos. Há desde hotéis caros (em torno de R$180 a diária) até hotéis econômicos (em torno de R$80 a diária).

Há também um bloco não muito longe do Setor Hoteleiro que concentra as pousadas da cidade. A hospedagem é mais simples e também mais barata, em torno de R$40 a diária.

Onde comer na cidade

Uma das coisas que quem vem de fora mais estranha em Brasília é que diferente do resto do país, onde todo tipo de comércio é misturado, por lá há setores específicos para cada atividade. Há o setor dos bancos onde só há bancos, há o setor dos escritórios onde só há escritórios, há os setores comerciais onde só há comércio.

Para facilitar a vida há os shoppings centers. Perto do setor hoteleiro há três deles (Conjunto Nacional, Pátio Brasil e Brasília Shopping). E como em shoppings há praças de alimentação, tá resolvido o problema da alimentação.

Claro que a cidade também conta com ótimos restaurantes, mas que ficam longe dos hotéis e demandam táxi ou a carona de conhecidos que moram lá para serem freqüentados.

O povo brasiliense

Antes de ir para São Paulo fazer faculdade, ouvia dizer que o povo paulistano era frio e distante. Não foi o que encontrei, achei o povo paulistano muito receptivo e caloroso.

Antes de conhecer Porto Alegre ouvia dizer que o povo gaúcho não gostava muito de gente de outros estados, que era frio e distante. Também não foi o que encontrei, achei os gaúchos muito amistosos e receptivos.

Quanto a Brasília não foi diferente. Sempre vejo comentários sobre a frieza do povo brasiliense, de que não são muito receptivos para com recém-chegados. Pura bobagem. O povo de Brasília é muito receptivo (mesmo porque a cidade vive recebendo gente de fora). Conheci muita gente boa por lá e garanto que a não ser que você seja um chato-metido-arrogante, você será muito bem recebido na cidade.

O clima seco

Tem gente que faz terrorismo quanto ao clima da cidade, dizendo que por lá é seco como o deserto do Atacama e quente como o deserto do Mojave. Bobagem.

Todas as vezes que fui lá (sempre em diferentes épocas do ano), achei o clima normal, um pouco mais quente do que estou acostumado no Sul de Minas, mas normal. Não senti a tal secura ou calor de que tanto se fala. Inclusive, choveu na cidade várias das vezes que a visitei.

Resumo da ópera – Brasília é uma cidade como todas as outras cidades do país, tem seus pontos fortes e fracos, suas vantagens e desvantagens. Não acredite em nenhum dos mitos que giram em torno da cidade, nem nos papos para amedrontar que não é de lá. Brasília é muito mais amistosa e acessível do que você pode imaginar, pode apostar nisso.

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CURIOSIDADE: Essa bela foto noturna do Congresso Nacional foi feita por mim em uma das minhas idas à Brasilia :-)

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PERGUNTA DO DIA

Qual é a impressão que você tem da nossa Capital Federal? Como você acha que é a cidade? Seu povo? Você acha que se adaptaria com tranquilidade à cidade se o serviço público o levar para lá?
Essa pergunta deve ser respondida em nossa comunidade no Orkut. Basta clicar no homenzinho ai em cima (você precisa estar conectado no Orkut em outra janela de navegador para ser levado à página de resposta).

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MÚSICA DO DIA
Para terminar bem a semana, uma música muito especial que sempre gosto de ouvir quando estou estudando. "O Danúbio Azul" é uma das músicas clássicas mais conhecidas no mundo, uma linda valsa vienense composta por Johann Strauss em 1867.

Essa música tem uma curiosidade muito interessante. A primeira versão era para coral e tinha uma letra cantada no meio. Não fez sucesso e Strauss ficou decepcionado. Por ocasião da Feira Mundial de Paris de 1889, ele deu uma mexida nela, tirou os vacais e adaptou para orquestra. Foi um sucesso instantâneo. É isso que dá mudar de estratégia, pode-se transformar um fracasso em um sucesso ... inclusive para concurseiros.



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