
Nesse final de semana acontece em Brasília o concurso do STF (Supremo Tribunal Federal), quando mais de 100.000 candidatos prestarão prova na Capital Federal na disputa por uma das 188 vagas de analista e técnico judiciário oferecidas pelo órgão máximo do Poder Judiciário.
A maioria desses candidatos não mora em Brasília e prestar esse concurso significará ter de viajar e, claro, gastar com passagens, hotel, táxi, alimentação. Se para muitos isso não representa um problema, para outros esses gastos pesarão e muito no orçamento.
Pensando nisso, reuni dez dicas de como minimizar os gastos a uma viagem à Brasília para prestar prova de concurso, que vale não somente para esse concurso do STF, mas para qualquer concurso na capital federal e, com algumas restrições, para qualquer outra cidade.
Dica 1 – Avião ou ônibus?Atualmente viajar de avião é muito mais barato e acessível que há uma década, o que não significa que seja tão barato que não valha a pena, em muitos casos, optar pela velha opção rodoviária, os ônibus interestaduais. Claro que viajar de avião é mais rápido, prático e menos cansativo, mas em muitos casos chega a ser duas, três vezes mais caro que viajar de ônibus, algo muito importante para quem está com a grana curta.
Portanto, verifique a possibilidade de fazer o trajeto de ida e/ou volta a Brasília de ônibus. Compare quanto você gastará viajando de avião ou de ônibus e decida se a diferença de preço compensa o tempo maior de viagem. No meu caso, por exemplo, viajar de ônibus custa um terço da viagem de avião!
Dica 2 – Hotel x pensãoEssa é uma discussão antiga, se vale mais a pena se hospedar em Brasília em um de seus vários hotéis ou em uma das famosas pensões da cidade. Se de um lado os hotéis oferecem melhor localização e maior privacidade, as pensões oferecem ambiente mais familiar e descontos para estadas prolongadas.
Se o concurseiro pesquisar com cuidado encontrará hotéis e pensões com diárias na mesma faixa de preço, em torno de R$100,00, além de extremos mais baratos e mais caros. Como a maioria dos candidatos não conhece a cidade e ficarão no máximo dois dias, ficar em um hotel acaba sendo mais interessante por conta da melhor localização e facilidade de deslocamento para os shoppings centers e locais de prova.
Dica 3 – Nada de junkfood durante a viagem Se você optar por viajar de ônibus para prestar esse concurso justamente para gastar menos, então evite comprar junkfood (salgadinhos, bolachas, doces, ...) nas paradas ao longo do caminho, pois os preços cobrados nesses lugares chegam a ser até o dobro do cobrado em supermercados.
Se a palavra de ordem é poupar, então compre a junkfood que você consumirá durante a viagem em um supermercado na sua cidade e leve com você na bagagem, deixando para comprar nas paradas apenas água e refrigerante gelado, já que bebidas mornas são intragáveis.
Só para se ter uma idéia, um pacote grande de batatas fritas Ruffles custa nos supermercados em torno de R$2,00 enquanto nas paradas de ônibus custa em torno de R$4,00.
Dica 4 – Da rodoviária ao hotel de ônibusA maioria dos concurseiros que chegam à Brasília de ônibus não pensa duas vezes antes de pagar um táxi para o hotel, o que, fatalmente, significará gastar um bom dinheiro numa cidade conhecida por suas longas avenidas e distância considerável entre um lugar e outro.
Uma maneira de cortar parte dos gastos com táxi é ir da Rodoferroviária (como é chamado em Brasília o local de onde partem e aonde chegam os ônibus interestaduais) ao hotel usando um ônibus circular comum que faz o trajeto entre a Rodoferroviária e a Rodoviária (que em Brasília é o ponto central de ônibus urbanos e fica bem ao lado do setor hoteleiro e do shopping Conjunto Nacional), que custará R$2,00 e deixará o candidato no setor dos hotéis em não mais que 20 minutos. O mesmo trajeto de táxi custará em torno de R$35,00. A única coisa que pode tornar essa opção inviável é se o concurseiro viaja com muita bagagem.
Ah, o concurseiro também pode ir do hotel à rodoviária usando o mesmo circular, bastando tomá-lo na Rodoviária. Para saber onde tomar esse circular, basta perguntar no balcão de informação de ambos os lugares.
Dica 5 – Nem olhe para o frigobar A comodidade pode muitas vezes custar caro, muito caro, principalmente quando o assunto é frigobar de hotel. Os preços cobrados por refrigerantes, água, chocolates e tal geralmente são abusivos, com uma latinha de refrigerante custando até o quádruplo do preço cobrado no supermercado.
Para evitar que aquela fome fortuita signifique um gasto desnecessário, basta comprar água, refrigerantes e junkfood fora do hotel e deixa-los no quarto. Assim você terá bebidas geladas (usando o frigobar, claro) e comidinhas pagando o preço justo dos produtos. Nos shoppings da cidade (que ficam próximos aos hotéis) há várias lojas onde é possível fazer suas compras.
Dica 6 – Cartões telefônicosOutra armadilha que pode custar muito caro para concurseiros desavisados é usar o telefone do hotel ou então o celular. O primeiro cobra tarifas absurdamente alta mesmo para ligações locais de fixo para fixo. O segundo estará fazendo DDD e cobrando roaming tanto para ligar para qualquer telefone quanto para receber chamadas.
A melhor saída é usar cartões telefônicos pré-pagos. Compre um cartão de DDD (da Embratel, Alô Brasil, ...) para ligar para casa e para outras cidades, e um cartão telefônico comum para fazer ligações locais. Será muito mais barato e compensará a falta de comodidade de você ter de usar um telefone público (orelhão) para ambos.
Só para vocês terem uma idéia, um cartão pré-pago de DDD da Embratel de 21 minutos custa R$10,00 em qualquer agência dos Correios e permite que se fale esse tempo entre telefones fixos (orelhão e sua casa, por exemplo). O mesmo tempo falado de celular custará muito mais caro e do telefone do quarto mais caro ainda.
Dica 7 – Comer no shopping Alimentação pode ser um problema se o concurseiro optar por usar o serviço de quarto do hotel (que para variar também cobra preços abusivos) ou restaurantes mais caros, como os da moda ou mesmo os anexos aos hotéis.
A boa notícia é que o setor hoteleiro de Brasília conta com três bons shoppings centers (Conjunto Nacional, Pátio Brasil e Brasília Shopping), todos com praças de alimentação com restaurantes bem mais baratos e variados, que oferecem desde lanches a comida normal e até mais requintada.
Só para vocês terem uma idéia, no último concurso que prestei em Brasília um colega concurseiro de primeira viagem fez a bobagem de pedir um Bife à Parmeggiana pelo serviço de quarto do hotel e tomou um susto quanto viu na conta que o prato custou “apenas” R$38,00, enquanto no shopping a uma quadra do hotel o mesmo prato custava R$15,00, uma diferença considerável.
Dica 8 – Nada de comprasMuitos concurseiros esquecem-se de que estão em Brasília para prestar prova de concurso e vão fazer turismo, caem na balada e a fazer compra nos shoppings da cidade. Enquanto um pouco de turismo pode não custar nada além de uma boa caminhada ou uma passagem de ônibus, uma balada pode custar o preço de um chopp (o que não recomendo no dia anterior à prova), uma rodada de compras no shopping vai custar caro.
A não ser que você aproveite sua ida à cidade para comprar algo que já vem planejando faz algum tempo e para a qual já levou dinheiro específico, ou que encontre uma oferta muito, mas muito tentadora mesmo, evite fazer compras desnecessárias.
Tempos atrás uma amiga aqui de Minas foi fazer uma prova no Rio de Janeiro e na volta reclamou que gastou demais, que teria de “apertar o cinto” durante o mês. Lá pelas tantas da conversa ela revelou que comprou nada mais nada menos que três biquínis numa loja em Copacabana e estava computando o gasto como sendo do concurso!
Dica 9 – Não use a Internet do lobby do hotelUma vez assisti a uma palestra muito interessante de um especialista em hotelaria. Ele falou que os hotéis não ganham dinheiro apenas com a hospedagem dos hóspedes, mas também com produtos e serviços adicionais, como o telefone no quarto que cobra o triplo das tarifas, o frigobar e o serviço de quarto que cobram ainda mais e com os computadores conectados à Internet no lobby.
Se você quer acessar seu email ou qualquer coisa na Internet, vá a uma das várias lan houses e cyber cafés existentes nos shoppings. Será muito, mas muito mais barato que acessar do hotel. Para vocês terem uma idéia, no hotel que costumo me hospedar em Brasília a hora de Internet no computador do lobby custa a bagatela de R$14,00. Um dos shoppings fica a uma quadra de lá e a hora numa das cinco lan houses custa R$4,00. Note que isso também vale para o caso de ter de usar algum programa como Word ou Powerpoint e/ou fazer impressões.
Dica 10 – Divida o táxi para o local de provaPoucas coisas deixam os taxistas de Brasília tão felizes do que finais de semana com concursos públicos. Os hotéis ficam lotados, a maioria dos candidatos não conhece a cidade e usa seus serviços. Se para esses profissionais isso é ótimo, para os concurseiros com pouca grana pode ser um problemão quando o local de prova é distante do hotel.
A primeira coisa que qualquer concurseiro deve fazer é checar a distância entre seu hotel e o local de prova, o que pode ser feito facilmente usando o Google Maps (www.maps.google.com.br), o site é em português e tem a opção “como chegar” que faz isso. Sabendo dessa distância e da localização do local de prova, é possível decidir se dá para ir a pé (já fiz prova a pouco mais de um quilômetro do hotel, uma caminhada de dez minutos), de ônibus ou se táxi será mesmo a melhor opção.
Se você for de táxi, no lobby do hotel haverá um punhado de concurseiros que também estará saindo para fazer prova. Deixe a vergonha de lado e pergunte em voz alta se alguém vai para os mesmos lados que você. Assim você pode reunir outros dois ou três concurseiros para racharem a conta.
Eu já fiz isso algumas vezes e numa delas ao invés de gastar R$50 indo sozinho, gastei apenas R$10 rachando conta do táxi (uma Chevrolet Meriva) com outros quatro concurseiros que fariam prova no mesmo local.
Resumo da ópera – Concurseiros com a grana curta não podem se dar ao luxo de não planejar os gastos ou ter vergonha de poupar quando forem prestar concursos em outras cidades. Gastos desnecessários podem significar não ter grana poder prestar outros concursos próximos. Foi exatamente isso que aconteceu com uma amiga que faz pouco mais de um mês prestou prova em Brasília e gastou mais do que devia por falta de planejamento e controle, e que agora não tem dinheiro para bancar uma nova viagem para prestar esse concurso STF para o qual já havia pago as taxas de inscrição, ou seja, ela entrará na estatística de candidatos faltosos. Acho preferível fazer uma viagem mais espartana e com gastos controlados, que passar pelo mesmo que ela, que está amargando a frustração de não poder prestar esse concurso porque não optou pela economia quando prestou o concurso anterior na Capital Federal.
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