- Aaaii ... Deus te ouça, pois tô começando a por meus pés no chão e caindo na real de que não tenho chance de ser convocada. Vou acabar com essa mania que eu tenho de ficar viajando.- Amiga, eu já estou viajando faz tempo...risos.. mas custo a acreditar que não vai dar em nada.- Pois é, hoje estou no limite da minha paciência e esperança; cheia de provas pra fazer e sem conseguir me concentrar nos estudos. O pior é que eu sou como cachorro: esse concurso tá me desgastando, mas qualquer notícia boa eu fico logo cheia de alegria! Essa vida de concurseira tem que acabar!- Calma ... chance sempre existe. Só não podemos ficar esperando por eles. Temos que ir apostando nossas fichas por aí. . O que for melhor vai nos acontecer.Que jogue a primeira pedra o concurseiro sério que está há pelo menos um ano na guerra dos concursos públicos e nunca passou por pelo menos um momento de desespero como o da nossa amiga do diálogo aí em cima. Se eu vir alguém jogando uma pedrinha que seja, aponto o dedo na cara do(a) infeliz e digo em alto e bom som que se trata de um falso concurseiro(a).
Vira e mexe cito nos meus artigos concurseiros sérios e falsos concurseiros, afinal de contas, são os únicos dois tipos de concurseiros que existem. Só para refrescar a memória, os concurseiros sérios são os que abraçaram o desafio de encarar os concursos públicos com o coração e a mente, é gente que enfrenta todas as dificuldades em nome de um futuro melhor nas fileiras do serviço público. Os falsos concurseiros, por outro lado, apenas fingem estar lutando na guerra dos concursos públicos, fingem para os pais, para seus amores, para seus amigos, para si mesmos, mas como bons fingidores não fazem mais que isso e nunca terão nenhuma chance real de aprovação. E nesse rol não exaustivo de diferenças entre esses dois tipos de concurseiros temos o estar sujeito a episódios de dúvidas, incertezas, inseguranças, desespero mesmo por estar lutando e não ver resultados palpáveis.
Depois de muito observar e conversar, concluí que os concurseiros sérios passam por três “idades”, separadas pelo que chamo de “baldes de água geladíssima”
Idade da InocênciaQuem está começando na guerra dos concursos públicos conta com aquela fantástica inocência inicial aliada ao entusiasmo do começo. Uauu, mesmo sendo enganadora essa sensação de “eu vou dar conta disso tudo rapidinho e antes de virar um ano estarei empossado”, ela é muito boa. Alguns concurseiros até conseguem a façanha, poucos, mas conseguem.
Primeiro banhoO primeiro banho é sempre o mais difícil e acontece por volta do final do primeiro ano de estudos sem que se tenha alçado a posse. É um banho muito ruim. O concurseiro passa algum tempo, que pode variar de horas a dias, imerso em sentimentos de frustração, derrota, tristeza, sentimento de incompetência, medo e por aí vai.
Idade da ReconstruçãoOs concurseiros que resistem ao primeiro banho se vêem fortalecidos, mais determinados que nunca a continuar lutando com todas as suas forças. Conscientes de que precisam evoluir, revêem suas estratégias, planejamentos, técnicas, métodos e material de estudo antes de voltarem a estudar com vigor e paixão redobrada.
Segundo banhoO segundo banho acontece por volta de após um ano e meio de estudos, quando se tem a sensação de que todas as mudanças feitas após o primeiro ano não surtiram o efeito esperado, trazer a posse, apesar de terem, claramente, melhorado o desempenho geral. Mais uma vez o concurseiro passa algum tempo, que pode variar de horas a dias, imerso em sentimentos de frustração, derrota, tristeza, sentimento de incompetência, medo e por aí vai.
Idade da EmergênciaOs concurseiros que resistem a esse novo banho de água geladíssima se vêem mais uma vez fortalecidos e dispostos a lutar pra valer. Mais sábios e experientes, refinam suas estratégias, planejamentos, técnicas e métodos de estudo de forma a cobrir as lacunas que lhe impediram de obter a vitória. Só que agora têm de lidar também com uma “mosquinha” zumbindo em suas orelhas, lembrando-os o tempo todo que o tempo está passando rápido, que eles já estão lutando faz muito tempo, que é preciso vencer a todo o custo e rápido.
Terceiro banhoAcontece no aniversário de dois anos de vida de concurseiro e, geralmente, é mortal para muitos e muitos bravos guerreiros. Potencializado por longos vinte e tantos meses de luta aparentemente infrutífera, pega pesado nos sentimentos de frustração, derrota, tristeza, sentimento de incompetência, medo e por aí vai, tanto que quem passa por ele e sobrevive recomenda veementemente que “ninguém merece isso”.
Idade do “Tudo ou Nada”Os poucos concurseiro que resistem ao terceiro banho têm algo em comum com os homens-bomba do Oriente Médio, a determinação para morrer pela causa que acreditam. Esses são aqueles concurseiros que sabem mais que professores, que conhecem as bancas como ninguém e que, por isso mesmo, não demoram muito mais para abocanhar os primeiros lugares em vários concursos públicos. Ou isso ou desistem de vez do sonho.
O diálogo lá no começo do artigo deixa claro que uma das interlocutoras está passando por um desses banhos de água geladíssima, acredito que pelo segundo banho. Por isso, ela tem todo o direito de se sentir assim. Eu mesmo estou para tomar meu segundo banho, já sinto prenúncios dele, e confesso que em alguns momentos sinto medo.
Mas essa é a vida de concurseiro, gente. Claro que ninguém nos avisou que seria assim. Não, nada disso. Ainda me lembro dos meus primeiros meses de estudo, da sensação de “tá tudo dominado” e então do primeiro banho. Vocês sabiam que a maioria das desistências entre concurseiros acontece no primeiro banho?
O que posso dizer para essa colega concurseira além de “f
orça, minha amiga, já ficamos tempo demais no ponto de ônibus esperando o que nos levará à felicidade, não vale a pena sair agora, vai que ele passa cinco minutos depois que você desistiu e foi embora?!”. Para quem já ficou um ano e meio lutando, estudando feito um cachorro condenado sem dono, que abriu mão de tanta coisa, não vale a pena jogar tudo no lixo quando a vitória está tão próxima.
Resumo da ópera – Que venha o balde de água fria, enfrentemos o FDP como aqueles russos doidos que em pleno inverno siberiano saem correndo pelados pelo gelo com a cara cheia de vodka para saltarem dentro de um buraco feito na superfície congelada do lago mais próximo para tomarem um delicioso e refrescante banho em temperatura próxima do ponto de congelamento. Saiam da frente da agora é minha vez ... vou correndo, peladão e com um livro impermeável de Direito Constitucional debaixo do braço, sem medo, porque abrir mão da vitória eu não abro!
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Amigos concurseiros, o bicho está pegando para mim e aproveito esse espaço para poder desabafar um pouco. Dentro de exatamente uma semana farei a prova do TRE-MG. A hora está chegando. Estou estudando para esse concurso desde o primeiro dia do ano...
Já diz o velho ditado que “a pressa é inimiga da perfeição” e, agora, posso dizer que ela também é inimiga dos concurseiros! É incrível como a pressa nos prejudica, nos causa problema, nos traz incômodos em diferentes aspectos de nossa luta...
Desde o começo de novembro estou estudando para dois concursos públicos, ambos com provas marcadas para dezembro. Finalmente, estou a apenas uma semana da primeira prova e a duas semanas da segunda prova, e a sensação que sinto é estranha, desconfortável....
Se tem algo que não gosto é de grupos de estudo, que acho tão inúteis quanto reuniões de negócio. Ambos costumam ser a mesma coisa, o encontro de um punhado de gente com mais animação que disposição para fazer alguma coisa produtiva, que por...
É engraçado como o universo concurseiro é polarizado. De um lado temos o pólo ensolarado onde os concurseiros estão motivados, acreditam que a vitória é somente uma questão de tempo e estudo bem orientado, não duvidam que serão recompensados...