Recebemos vários emails de leitores que não comprrenderam os motivo que me levaram a guardar segredo quanto à minha nomeação e posse até alguns dias depois de minha entrada em exercício. Por conta disso resolvi escrever este artigo explicando o porquê dessa atitude, e acredito que depois de lê-lo vocês me entenderão.
Se tem algo que a grande maioria dos concureiros procuram fazer a todo custo é manter ilusões quanto ao futuro próximo, seja para si mesmos ou entre amigos e parentes. Evita-se ficar fazendo demais planos para depois da posse, dar crédito em demasia para os "ainda tenho chance de ser nomeado" e por aí vai. Faz-se isso para não se criar falsas esperanças, sementes das decepções.
Além disso, depois de algum tempo concurseiros tendem a se tornarem muito desconfiados quanto ao que acontece com sua vida. Tanto são desconfiados quanto aos insucessos (nunca se dão totalmente por vencidos) quanto aos sucessos (nunca contam totalmente como tendo uma vitória no bolso). Nada mais natural para quem vive uma vida onde a única certeza é que no longo prazo a vitória virá.
Quem não passou pela amarga experiência de cantar vitória com a primeira boa classificação obtida que com o tempo não se transformou em nomeação e posse? Daí o que fica é apenas aquele sabor amargo de promessa não cumprida, de expectativas não confirmadas, não apenas do concurseiro para si mesmo, mas de todos para quem ele contou a novidade para com ele. Claro, tudo isso entremeado com uma boa quantidade de cobranças que acabam sendo muito desagradáveis.
Tudo bem, a nomeação foi publicada no diário oficial, a carta ou telegrama comunicando o fato chegou ... mas nem tudo ainda está garantido, acreditem. Imaginem comigo que quando isso aconteça o concurseiro divulgue o fato para todo mundo que conhece e até para quem não conhece, faz churrasco de comemoração e tudo o mais ... daí por algum problema de saúde desconhecido ou problema com documentação não consegue tomar posse ... como escreveu Drummond, "e aí, José?".
Pessoalmente preferi não dar "sorte para o azar" e me garantir mantendo sigilo quanto à minha nomeação e posse a fim de me blindar quanto a possíveis "problemas de percurso". Fazendo isso limitaria a decepção a apenas eu e uma ou duas pessoas. Mas deu tudo certo, saúde ok, documentos ok, posse assinada. A partir desse momento você já tem sinal verde o sinal verde está dado para se contar a boa notícia para quem desejar, afinal de contas, 99% dos riscos de algo dar errado já foram deixados para trás.
Mas porque, então, esperar entrar em exercício para contar a boa notícia para "Deus e o mundo"? Daí penso na praticidade da questão. É sabido que o recém empossado tdeve entrar em exercício no prazo máximo de 15 dias. Quando se vai trabalhar na mesma cidade onde já se mora, o máximo que se terá de fazer é comprar as roupas que serão usadas no trabalho. Agora, quando a posse e exercício significam mudança de cidade, aí o bicho pega legal. No meu caso a questão ficou ainda mais crítica porque se não entrasse em exercício exatamente uma semana após a posse, não integraria a folha de pagamento de setembro e acabaria recebendo minha primeira remuneração apenas no início de novembro! E como o custo de vida em São Paulo não é nada barato, não poderia me dar a esse luxo. E para piorar havia o feriado de 7 de setembro que caiu numa terça-feira! Correria, correria, correria ... daí melhor continuar de "bico calado" para evitar ter de decidir entre aproveiar o pouco tempo disponível para cuidar da mudança apressada ou dar atenção para quem aparecesse para dar os parabéns (e, acredite, muiiiita gente aparecerá para lhe dar os parabéns).
Resumo da ópera - Como vocês podem ver, essa questão de guardar segredo quanto à nomeação, posse e entrada em exercício tem apenas finalidade prática. Claro que muitos concurseiros discordarão dessa atitude e também dos argumentos que apresentei, mas outros tantos concordarão. Eu, como bom mineiro, sou desconfiado e acredito que tomei a melhor linha de ação. A dica está dada, agora é com vocês fazer a mesma coisa ou não quando chegar sua nomeação.
CHARLES DIAS é o Concurseiro Solitário.
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