Hoje o assunto é como conciliar a vida de concurseiro e a vida social, em outras palavras, estudos e amigos. Algo muito mais problemático do que quem está de fora da guerra dos concursos públicos pode imaginar, que se não for lidado com o devido cuidado, pode transformar-se numa fonte de transtornos, dores de cabeça e frustração.
Amigos são pessoas com quem dividimos os mesmos interesses e valores, com as quais temos afinidade e com quem, claro, mantemos contato regular. Quando encontramos pessoas assim, o terreno é fértil para se formar uma boa amizade. Não é a toa que a maioria dos nossos amigos fazem parte do nosso cotidiano, seja no trabalho, nos interesses em comum, na proximidade geográfica.
Algo fatal para a amizade é a distância, seja física, de interesses, ideológica, religiosa, qualquer tipo de distância. São muito poucos os amigos que resistem à distância por tempo prolongado. Quando ela passa a existir, algumas amizades já esfriam no primeiro momento, a maioria esfria no médio prazo e somente algumas poucas teimosas resistem ao longo prazo.
Isso pode parecer triste, mas é a verdade. Se você já mudou de emprego, de bairro, de cidade ou de escola sabe do que estou falando. A distância aliada ao tempo faz seu trabalho e o faz muito bem.
Quando as pessoas decidem entrar para a carreira pública, muito poucas pensam que fazer isso com seriedade e para vencer exigirá muito, mas muito estudo mesmo, o quê, consequentemente, significará um bom grau de distanciamento de tudo e de todos por tempo suficiente para garantir a aprovação e posse. O problema é que mesmo para quem consegue atingir esse objetivo no tempo recorde de um ano, essa dose de distanciamento já é fatal para grande parte de suas amizades.
Concurseiros sérios estudam o tempo todo, isso é fato. Quem está a fim de garantir a aprovação em posse em um bom cargo público tem de acordar estudando, tomar café estudando, fazer exercícios estudando, almoçar estudando, pensar estudando, decidir alguma coisa estudando, calçar os sapatos estudando, escovar os dentes estudando, adormecer estudando, sonhar estudando. Não tem como, sem fazer isso a aprovação, se vier, demorará muito mais do que seria desejável ou agradável para o concurseiro. O grande problema é que a maioria dos amigos simplesmente não entende que o distanciamento causado pelo estudo sério e constante não precisa ser mortal para as amizades.
E não sobram motivos para amigos se afastarem do concurseiro:
- O cara se torna um chato falando somente de concursos públicos.- O cara se torna um chato recusando sair e ir para a balada porque tem de estudar.- O cara se torna um chato por não poder fazer mais nada além de estudar.- O cara se torna um chato e isso é motivo suficiente para deixá-lo de lado.A maioria dos concurseiros sérios que conheço tem muito poucos amigos que também não são concurseiros. Alguns não esquentam a cabeça com isso, muitos ficam um pouco chateados, outros fazem um drama danado. Todas essas reações podem atrapalhar, claro. Os que não esquentam a cabeça tendem a se afastar ainda mais dos amigos que sobraram, os que ficam um pouco chateados terão uma pulga atrás da orelha na hora de estudar e pulgas atrás na orelha atrapalham muito ao estudo sério, os que fazem drama, então, não conseguirão estudar e muito deles terminam desistindo da carreira pública para não ter de perder os amigos queridos.
Resumo da ópera – Particulamente penso da seguinte maneira. Amigos de verdade aceitam a escolha do concurseiro e toleram seu distanciamento, dão apoio e não fazem drama pela amizade estar em “slow motion”, em marcha lenta. Eles podem até não entender direito o porquê disso, a maioria definitivamente não compreende esse porquê, mas isso não é motivo para desistirem da amizade. Esses serão os que comemorarão seu sucesso como concurseiro, que estarão com você quando você estourar a champagne da comemoração, no dia da sua posse. Agora, o restante dos amigos que se afastarem, esses não são amigos de verdade, logo você não estará perdendo grande coisa.
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