Estudo em fases e novamente a letra da lei
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Estudo em fases e novamente a letra da lei


No ano passado, escrevi um artigo sobre isso e tenho notado algumas evoluções no meu modo de estudar e como a matéria se estrutura em minha mente.

Comecei a pensar nisso quando vi umas aulas do William Douglas na TV Justiça. Ele estava falando sobre as fases por que o processo de estudo passa.

Uma das coisas que me chamou a atenção foi o fato de o progresso no estudo qualitatitvo ser diferente do quantitativo. Explico: uma pessoa no seu primeiro ano de estudo (quando para a área jurídica) retém menos conhecimento que no segundo ano e, assim, sucessivamente.

A explicação é muito plausível, pois num primeiro momento, o estudante coloca os primeiros alicerces do seu conhecimento jurídico. Ele lentamente vai construindo seu saber. O período de tempo que isso leva é muito variável, de pessoa para pessoa, mas em média leva um ano se o volume de conteúdo for muito extenso. Por essa razão, qualitativamente, o primeiro ano não é tão bom quanto os anos seguintes.

No segundo momento, aqueles assuntos já não são extremos desconhecidos nossos, mas ainda há algumas coisas a consolidar. Agora, tem-se alguma noção do que se estuda.

Num terceiro momento, começa-se a fazer analogias, induções e deduções sobre o que se propõe a conhecer. Principalmente, quando a matéria for mais conceitual. Afinal, nem tudo que cai em concurso é letra da lei. Por essa razão, é muito importante ler alguns livros Cursos, Manuais para ajudar a compreender o texto legal e para responder às perguntas conceituais.

Outra coisa que o Dr. William destacou foi que quem estuda um ramo do direito, encontra facilidade para aventurar-se nos demais segmentos. É interessante tal afirmação, pois é óbvio, mas nem sempre percebemos tamanha simplicidade. O direito tem princípios, regras gerais que quase sempre se aplicam no sistema todo. Só excepcionalmente, aí é que mora o perigo, que muda para ganhar as feições do segmento estudado.

Falei em perigo, pois pra estudar, é preciso ver o conteúdo amiúde. Coisa que nos carreia para a quarta fase dos estudos. Nessa, já começamos a perceber detalhes, elementos que nos confundem nas provas. Ainda erramos muito, pois não conseguimos memorizar tudo aquilo de que necessitamos, mas já temos real noção do trabalho a realizar.

Na quinta fase (não sei se existe outra depois), começa-se a fazer uma seleção do que é importante estudar do texto da lei para uma prova objetiva e para uma prova discursiva. É sabido que as ênfases dessas provas são diametralmente opostas. Há quem tenha mais facilidade por uma modalidade de avaliação que por outra. Eu tenho mais nas discursivas, pois gosto muito de escrever, mas estou me treinando muito nas objetivas.

Com isso, separo nos meus resumos os artigos que podem dar origem à questões objetivas, como aquelas que se referem a prazo. Separo as que contém exceções; as que eu tenho dificuldade de memorizar e aquelas que podem ser objeto de casos concretos (aqueles probleminhas). Tenho, até mesmo, procurado identificar os estilos de pegadinhas para não ter surpresas na hora da prova. Isso tem me ajudado a acertas uma quantidade maior de questões que anteriormente.

Um outro aspecto sobre a letra da lei que observei é que, nem sempre, a Lei Complementar 95/98 é rigorosamente obedecida para elaborar leis. Por isso, nem sempre as leis que são editadas na esfera federal seguem uma unidade temática, fazendo com que duas matérias diametralmente distintas sejam tratadas numa mesma lei. Qual a influência que isso nos exerce? Toda! Significa que, sempre que uma lei for publicada no Diário Oficial da União ou na página do Planalto, devemos dar uma espiada para não deixar de atualizar nossas legislações.


Resumo da Ópera - estudar para concursos é um processo. Quando o concurseiro fica bom, tudo acaba.«

Raquel Monteiro é uma legítima concurseira carioca.

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