Essa semana estou passando por algo que não passada desde meus primeiros meses como concurseiro e gostaria de compartilhar isso com vocês.
Como vocês já sabem, estou inscrito para o concurso do Ministério da Fazenda, o tal concurso das 2 mil vagas, recentemente alvo de especulações por conta dos anúncios do governo federal de redução de gastos com a contratação de novos servidores, mas que no final foi garantido de acontecer. Pois bem, semana passada reuni o material de estudo, montei meu planejamento e tal. Como tinha saído de uma prova de concurso, TRE-MG no domingo retrasado, para não forçar demais a cachola (cérebro), a semana foi light. Nessa segunda-feira o estudo sério começou para valer. Planejei por quatro semanas estudar as quatro matérias principais do concurso. Direitos Constitucional e Admnistrativo, tranqüilo, nenhuma grande novidade nos tópicos escolhidos pela banca. Direito Previdenciário, apesar de não ser íntimo da matéria, também já a conhecia de quando estudei para o concurso do INSS ano passado. Agora, direito Tributário ... ahhh, Direito Tributário ...
Direito Tributário será o divisor de águas desse concurso, tenho certeza. Nunca havia tido contato com a matéria antes e não posso dizer que esteja sendo uma experiência das mais agradáveis. Direito Tributário é uma daquelas matérias chatinhas de estudar, pontilhada de detalhes, exceções, o que demanda atenção triplicada durante o estudo, memória de elegante e paciência de monge budista.
Nossa, gente, estudar para esse concurso se mostrou um osso duro de roer, bem duro. Sinceramente, já estava desacostumado de estudar matérias tão exóticas e difíceis assim. Tudo bem de estudar um regimento interno aqui, uma materiazinha exótica leve ali, mas estudar um Direito Tributário pesada como uma boa feijoada em um dia quente de muito sol é dureza.
Analisando isso tudo, pensei em como somos levados a uma zona de conforto mesmo sem nos esforçarmos para isso. Nessa zona de conforto o estudo é conhecido, tudo é um pouco mais fácil, não há surpresas, é como repetir uma seqüência de exercícios, longa e difícil, porém conhecida. Então quando somos obrigados a sair dessa zona de conforto, num primeiro momento levamos um baque, ficamos um tanto desnorteados com a surpresa. Ao invés da seqüência conhecida de exercícios, temos é de brigar “mano a mano” com um monstrão feio e mal humorado.
Minha estratégia para estudar Direito Previdenciário é dividida em três fases:
1ª fase – Estudo preliminar mais leve para conhecer a matéria.
2º fase – Estudo profundo para aprender a matéria.
3ª fase – Estudo através da resolução de questões de provas anteriores para fixar a matéria.
Essa estratégia de estudo não é novidade para nenhum concurseiro sério (pelo menos não deveria ser), e até agora continua sendo a melhor estratégia de estudo para uma matéria desconhecida.
Há muitos comentários em fóruns, comunidades e listas de discussão de concurso públicos que concurseiros que se preparam para concursos da área fiscal (auditor fiscal, fiscal de rendas e tal) prestarão esse concurso como treinamento, por conta das matérias de Direito Tributário e Previdenciário. Sinceramente não acho que isso irá acontecer na dimensão que está sendo comentado (e temido) por dois motivos, primeiro a grande maioria dos concurseiros não está muito disposta a gastar (com inscrição, deslocamento, tempo, ...) para prestar um concurso para um cargo que não pensam nem de longe em assumir, segundo porque poucos concurseiros estão a fim de desviar o foco dos estudos mesmo temporariamente, algo que no longo prazo pode se mostrar fatal.
Resumo da ópera – É, concurseiros, aproveitem enquanto estão desfrutando da tranqüilidade da sua zona de conforto, porque você nunca sabe se amanhã será lançado um concurso que seja muito atraente para você e que o arranque sem dó do seu estudo tranqüilo e conhecido de cada dia.
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