
Passei por um período meio estressante nos últimos tempos. E isso me fez pensar.
Como se eu precisasse carregar todo o peso do mundo em minhas costas, sobretudo com a proximidade do final do ano, e a idéia de que acabando um ciclo temporal (do calendário), algumas metas devem sempre ser cumpridas.
E como isso nos sobrecarrega (!), não é mesmo?
Por isso é importante considerar que faz parte da preparação do concurseiro cuidar do próprio coração, porque a intranqüilidade não raras vezes prejudica o processo de aprendizagem. Bom, prejudica quase tudo.
E assim, meio que sem querer e até de forma inconsciente, nos transformamos em pessoas sem paciência, que descontam certos sentimentos de angústia e ansiedade em outras pessoas (talvez aquelas que mais amamos), e que nem sempre estão dispostas a reconhecer o valor dos recomeços.
Parece que o concurseiro, apenas por ser concurseiro, carrega dentro de si a necessidade de se levar mais a sério do que qualquer outro, e se pressiona de forma excessiva, para cumprir objetivos para os quais talvez nem esteja preparado (e digo uma preparação mais emocional do que intelectual, algumas vezes).
Então eu resolvi parar e recomeça.
Eu não acredito, pessoalmente, na mudança absoluta de vida e conceitos apenas por que a cor do calendário se alterou, mas o final do ano sempre me proporciona uma auto-análise. Um recomeço verdadeiro é aquele que ocorre dentro de nós, com nossas escolhas e decisões particulares, e que só depois de fincados em nossa alma, é que se exteriorizam, em qualquer época do ano, leia-se.
Não é incomum concurseiros sérios passarem por renovações periódicas. E é até esperado e necessário que tal ocorra.
E de uma pessoa aparentemente angustiada e até meio nervosinha (temporariamente), voltei a me sentir e a ser reconhecida, como sempre fui, como uma mulher de bem com a vida, pacata de uma forma bastante positiva, cujos conflitos estão bem resolvidos dentro de si e que pode passar pelo mundo enfrentando as adversidades, mas confiante da posição que ocupa para si mesma.
Tranqüila e consciente de que esse esforço que às vezes maltrata, será motivo de um sadio orgulho no futuro. No fundo, passada a tempestade, todos nós pensamos assim. E se ainda não pensamos, também é um fato que devemos incluir em nossa jornada.
E nesse processo de morrer e nascer novamente, o que me chamou atenção é que também não é raro que surja um sentimento de culpa e desaprovação para si mesmo. Como se, além de sermos estudantes-modelo, concurseiros-modelo e uma série de adjetivos incoerentes que nós mesmos inventamos para nós, ainda fosse um “absurdo” se permitir errar e estar mal por certos períodos.
Sem perceber que, na verdade, são esses momentos que nos tornam capazes de olhar para dentro de nós, dos nossos conflitos e medos, e enfrentá-los (!) efetivamente.
Porque só se reconhece, verdadeiramente, a força do nosso próprio coração (aquele coração que queremos tanto zelar) em momentos de pressão e de pesar, sem os quais, repito, não aprendemos a melhorar e a recomeçar.
Por isso não sintam culpa por não estarem no auge dos 100% o tempo todo. Não se martirizem por terem medo. Mas não se deixem vencer por tais sentimentos e sensações. Porque, nosso cérebro é tão perfeito e se empenha tanto em realizar os comandos que preceituamos, que acabamos por criar ilusões e dificuldades que talvez nem existam, e nos privamos de batalhar por nosso futuro.
Li algumas vezes neste blog que não podemos entender as dificuldades concurseiras como exclusividade da própria vida. E digo isso novamente hoje. Todos nós temos problemas a serem resolvidos, e a grande maioria deles é a própria motivação para a preparação para concursos públicos. Todos necessitamos de tempo de estudo e persistência para se chegar aos mesmos objetivos. E todos nós precisamos de colo e cafuné às vezes. É normal. E é bom, acreditem. Reconforta.
RESUMO DA ÓPERA - Se todos nós passamos por isso e enfrentamos esses momentos de solidão e de “seca intelectual”, ou seja, se essa é uma variante presente na vida de todos aqueles que se decidem por pagar o preço de aprender, então eu digo a vocês que nem todos chegam ao final da jornada. Mas os que enfrentam o único e verdadeiro concorrente, que é a si mesmo, esses sim são aprovados, não só no concurso dos sonhos, mas no concurso da vida.
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