Não estou inscrito no concurso da Polícia Rodoviária Federal, mas não pude deixar de ficar chocado quando vi, no final de semana, em um site de notícias a manchete do cancelamento desse concurso por fraude. Na hora imaginei o que não estava sentindo quem se inscreveu, estudou, gastou, viajou e, já estava em Brasília, aguardava a hora da prova ... raiva, frustração, indignação.
Dias depois veio a notícia do adiamento da prova do concurso para o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por conta de ser organizado pela mesma NCE/UFRJ que organizava o concurso da PRF. Dessa vez tive de concordar que essa foi uma medida de respeito para com os candidatos inscritos nesse outro concurso.
Queria ter postado esse artigo na segunda-feira, mas meu computador simplesmente não ligou mais na manhã de segunda e tive de comprar outro. Coisas da vida. Mas não é tarde para algumas reflexões sobre esse grave acontecimento.
Reflexão 1: O mundo não vai acabar, nem mudar ... pelo menos tão cedo.Isso mesmo, gente, o mundo não vai acabar porque descobriram uma fraude em um concurso público tão divulgado quanto o da PRF. Se formos ver pelo lado bom, melhor descobrirem a fraude antes das provas do que depois das posses. Para os candidatos inscritos nesse concurso ou em qualquer outro cancelado/adiado por fraude, vocês ganharam mais tempo para estudar. Então estudem, muito, aproveitem esse tempo extra para passar à frente dos candidatos que ficarão somente reclamando e comentando a fraude, mesmo porque não será amanhã ou depois que deixarão de existir fraudes em concursos públicos. Quando acabar a corrupção em geral, acabam as fraudes, antes, nada feito.
Reflexão 2: Mais munição para os chatos de plantão.Claro que uma notícia tão repetida como essa é um prato cheio para os chatos de plantão que adoram tentar desmotivar concurseiros dizendo pérolas como “Você é trouxa, concurso público tem fraude, só entra quem tem padrinho ou compra vaga”. Sinceramente, esses chatos merecem um bom “Vá catar coquinho” ou equivalentes não tão educados. O concurseiro sério não se deixa abalar por comentários desses tipo, melhor, nem ouve comentários desse tipo.
Reflexão 3: Bola pra frente, Brasil.Eu não gosto de futebol, mas tenho de concordar que esse esporte oferece exemplos muito valiosos para a vida em geral. A mais importante, penso eu, é que se perder um campeonato é chato, triste, ganhar o próximo e calar a boca de todo mundo é muito mais glorioso, dá muito mais prazer. Então, gente, o negócio é acompanhar os casos de fraude, exigir apuração rigorosa, mesmo que você não tenha se inscrito, porque a seriedade dada aos concursos públicos é proporcional à seriedade exigida pelos concurseiros, e quando rolar o concurso, fazer bonito, ser empossado e calar a boca de todo mundo.