Enquanto muitas pessoas sonham em ser um servidor público federal, ter estabilidade, boa remuneração e prestar um serviço de qualidade aos cidadãos, centenas de servidores são expulsos do serviço público a cada ano pelos mais diversos e imorais motivos.
Segundo o último relatório (julho de 2011) da Controladoria-Geral da União (CGU), responsável pela correição, prevenção e combate à corrupção na estrutura funcional federal, nos últimos oito anos (2003 a 2011) 3.297 servidores foram expulsos dos quadros da Administração Pública Federal. Isso sem contar os inúmeros processos administrativos disciplinares – PAD, pelos mesmos motivos.
Esse mesmo relatório apresenta os principais casos de punições expulsivas aplicadas a esses servidores na seguinte ordem:
1º Lugar – Valimento Indevido de Cargo: 1751 (32,23%) expulsões;
2º Lugar – Improbidade Administrativa: 1056 (19,44%) expulsões;
3º Lugar – Abandono de Cargo: 487 (8,96%) expulsões;
4º Lugar – Recebimento de Propina: 304 (5,60%) expulsões;
5º Lugar– Desídia (uma mistura de negligência, preguiça, má vontade, displicência, desleixo, omissão, desatenção, indiferença, desinteresse etc.): 268 (4,93%) expulsões;
6º Lugar – Outros: 1.567 (28,84%) expulsões.
Tomando emprestada a conhecida frase do jornalista e apresentador, Boris Casoy: "
Isso é uma vergonha!".
Veja o relatório na íntegra:
Relatório de punições expulsivas - julho de 2011
Esses números não só demonstram o despreparo e a incapacidade de muitos servidores quando no exercício do serviço público como também serve de alerta para os futuros servidores, que devem evitar ao máximo o envolvimento em práticas ilícitas, que inclui nessas: favorecimentos pessoais, divulgação de informações sigilosas e inerentes ao cargo, entre outras.
A imagem do servidor público sempre esteve relacionada a mau atendimento, preguiça, descaso e corrupção. Antigamente ser um servidor público era o que sobrava para as pessoas mal sucedidas profissionalmente. A tão sonhada “estabilidade” não era o foco daqueles que almejam seguir carreira em áreas como direito, engenharia, medicina, contabilidade, administração, economia, computação etc. Antes os cargos ocupados por esses e outros profissionais eram mal remunerados e as condições de trabalho, pouco permitiam executar um serviço decente aos contribuintes. Em resumo, a máquina pública era tão somente um grande e pesado “cabide de empregos”
Cheguei até a publicar um artigo sobre esse assunto:
(clique AQUI para ler “Serviço Público não é Cabide de Emprego”).
Hoje, a realidade do serviço público é muito diferente, as repartições, antes locais repletos de arquivos por todos os cantos, equipamentos obsoletos e que exalavam o cheiro insuportável da burocracia e ineficiência, estão dando lugar à modernidade, com profissionais talentosos, eficientes, habilitados para tarefas complexas e com disposição de sobra para seguir, a longos passos, investindo na carreira pública.
Entretanto, alguns maus servidores a chamada “banda podre” continuam desmoralizando toda a classe, quando se utilizam do cargo para praticar todo tipo de abuso contra o patrimônio público. É muito comum ouvir de algum conhecido, que é funcionário público, sobre inúmeras propostas de corrupção que recebe no seu local de trabalho.
Sabemos que tudo isso está relacionado diretamente com a “cultura da impunidade” instalada no Brasil, desde o seu descobrimento, já que poucas pessoas são realmente condenadas à prisão pelo envolvimento em corrupção no serviço público, o chamado “crime do colarinho branco”. Entendo que somente a perda do cargo é muito pouco para todo o prejuízo causado contra a coletividade.
RESUMO DA ÓPERA - Diante disso, cabe a cada um (servidor/futuro servidor) repensar sobre todo o trabalho de preparação para o concurso público. Imaginar, por exemplo, a pressão da família, dos amigos, todo investimento emocional e financeiro empregado na trajetória da realização desse projeto. Questionar se vale mesmo a pena trocar tudo isso, até mesmo, tornar-se um mau caráter, por dinheiro fácil e desonesto. Portanto, pense bastante nisso antes de dizer sim para a corrupção e se tornar mais um número na lista dos expulsos.
"O homem corrupto é um indivíduo fraco que perdeu as qualidades do homem equilibrado e justo.” (Textos Judaicos)
FONTENELE é um concurseiro que está de olho e pronto para denunciar servidores públicos corruptos.
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