Essa semana estava conversando sobre concursos públicos (é impressionante como concurseiro só conversa sobre concursos públicos - bom, a boca fala do que o coração está cheio, não é mesmo?) e fui questionada sobre a viabilidade de se estudar para um certame que ainda não foi aberto. Sugestionaram que estava esquecendo meus outros projetos, e isso seria um prejuízo pensando em termos de futuro.
Será que vai mesmo chegar?
Ou será que estamos aqui, perdendo nosso tempo e nossa disposição, nos empenhando por algo que não há possibilidade de ocorrer este ano?
E se não ocorrer esse ano?
Me coloquei a pensar nisso já que, por vezes, nos empenhamos tanto e criamos tanta expectativa na abertura de determinado certame que acabamos nos frustrando, muito, quando algo não previsto ocorre (anulação, cancelamento, não abertura), e isso fatidicamente dificulta nosso aprendizado e nos tira a paz de espírito e o sono.
Bom, então o caminho é não nos pressionar e não criar expectativas.
Mas como, Ana Paula?
Eu sei que é difícil.
E como sei.
Aliás, passo por isso nesse exato momento, pois aguardo a publicação do edital de um Concurso Público para o qual venho me preparando nos últimos meses.
E se o certame não for aberto?
E se o edital for publicado daqui a muito tempo?
E se as disciplinas mudarem do último edital e eu não conseguir aproveitar meu período de aprendizado?
As verdadeiras questões não devem ser essas.
E sim caminhar e continuar conferindo ao seu estudo estabilidade e continuidade suficientes para que resultem em aprovação.
No tempo certo e pleno. Que pode até não estar ao alcance do seu conhecimento enquanto razão objetiva, mas ocorrerá. Certamente.
E talvez essa consciência - não vaidosa e egocêntrica - de que possuímos potencial capacidade de aprovação e com disciplina, persistência e tempo, possa nos acalmar e nos fornecer subsídios para a harmonia e qualidade de vida nos estudos que tanto procuramos.
É uma sadia consciência de potencial aliado a muito estudo e muita dedicação, entendendo o - muito - como carga horária realmente repleta de aprendizado e treinamento.
É por isso que caminhar importa tanto.
Porque é consciente e destemido. E porque nos impele a entender que o resultado virá, independente de certas nuances concurseiras que não estão sob nosso controle.
RESUMO DA ÓPERA - E pensando e repensando tudo isso acabo chegando a conclusão de que não importa se vai ou não vai chegar. Se será aberto ou não. Se as matérias vão ou não vão mudar. O que importa é estarmos no caminho. E não só na estrada correta, mas caminhando em velocidade compatível com nosso desenvolvimento pessoal, buscando novos aprendizados e fixando os já existentes. Treinando. É uma estrada longa. Mas que pode nos levar exatamente onde queremos estar.
ANA PAULA DE OLIVEIRA MAZONI é concurseira por vocação.loading...
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