É absolutamente comum acharmos que determinado concurso público não é para nós. Achar que é alto demais. Difícil demais. Concorrido demais. Com matérias demais. Com fases demais. E bem: sempre achamos que temos tudo de menos.
Essa proporção matemática esquisita tira nosso sono e nos reduz a uma situação de estresse muito chata, ao mesmo tempo em que nos desafia a quebrar esse quase paradigma da inferioridade.
No fundo, grande parte dos nossos problemas em relação aos concursos públicos poderia ser resolvida com uma boa dose de autoconfiança (não obstante eu concorde que algumas pessoas precisam de um pouco menos de autoconfiança). É como se todas as motivações de que suas próprias capacidades precisam, sempre, ser externas a si mesmo, o que acaba nos tornando um pouco dependentes das opiniões alheias.
Logo, tratando o assunto de forma pouco convencional, você precisa perceber que é tão foda quanto qualquer outra pessoa que passou em concursos dificílimos por ai. E que, aliás, ser aprovado não significa que você é um cara tão excepcional assim, mas é uma pessoa absolutamente normal, com propósitos bastante elevados, que se dedicou e passou.
Obviamente nem sempre isso é suficiente.
E então nesses casos, como se fosse possível se ter um estalo da obviedade da vida, onde se rege a magnitude da lei da reciprocidade e da meritocracia, porque temos que acreditar nisso, ainda que cegamente, bom: todos nós temos potencial para buscarmos nossa felicidade, ou, citando Aristóteles, a arqué que nos leva à kairós. Então se um jovem que nasceu em 384 a.C te diz que o animal político se reúne em comunidade para buscar a felicidade e que todas as nossas ações devem ser a ela direcionadas, o que você está esperando para direcionar seus estudos e sua mentalidade para perceber o óbvio:
A aprovação é a consequência do seu caminho de estudos e determinação, não o contrário.
RESUMO DA ÓPERA - Não perca tanto tempo relativizando suas posturas como se controlar o imponderável, ou seja, o resultado, fosse possível e esperado de você. Você é foda, mas merece o direito augusto de ser adjetivado loucamente como normal: com limitações e pontos de superação, com guerra de egos, com momentos de piedosa tristeza, e igualmente ocasiões de intensa confiança. Aproveite tais momentos e cresça. E renasça. E faça, como uma criança ingênua ante os perigos da vida, e impetuosa por desconhecer os perigos da descoberta. Afinal:
"NÃO SABENDO QUE ERA IMPOSSÍVEL, FOI LÁ E FEZ" (Artauld)
ANA PAULA DE OLIVEIRA MAZONI é concurseira por vocação.
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