Recentemente fomos questionados no shoutbox do nosso blog a respeito do gosto pela leitura. Pode parecer um questionamento estranho, para um espaço destinado a concursos públicos. O fato é que muitos, muitos candidatos mesmo, vão mal nas provas por terem leituras mal feitas ou até mesmo não realizadas com aproveitamento.
Ao pensar nesse tema, veio-me à mente uma coleção da Editora Globo – não me lembro se ainda é editada – intitulada “Para Gostar de Ler”. Era uma série de livros, de autores variados, destinados a estimular o jovem leitor ao prazer pela literatura, nacional e estrangeira. Lembro-me que o formato bolso ajudava, a diagramação também, a qualidade era adequada e, com certeza, era um estímulo para o público-alvo. Nesse caso, o conteúdo era de grande auxílio, o material também, e a leitura tinha finalidade lúdica. Penso que, no mundo dos concurseiros, o cenário é radicalmente diferente.
Para começo de conversa, os livros destinados à área de concursos são em geral densos, com linguagem altamente técnica e rebuscada, tão digeríveis quanto a combinação de feijoada com rabada. Além disso, a pressão do tempo, das circunstâncias, de inserir matéria no HD cerebral como num processo de “osmose intelectual”, torna a atividade nada lúdica. Sem contar o material de apoio, como as jurisprudências, informativos, súmulas e, por fim, a lei seca. É muito conteúdo para quatro ou cinco horas de prova. Acontece que tudo isso pode ser encarado de um ponto de vista completamente diverso.
Quando éramos crianças, nossas mães nos davam de comer não apenas aqueles doces recheados, maravilhosos e melados: precisávamos comer jiló e abobrinha, ao menos de vez em quando. Isso porque o doce não sustenta tanto quanto outras comidas, amargas e às vezes indigestas. Um jeito para contornar o total desprazer por comidas amargas é imaginar que elas são gostosas, cheirosas, tais quais outras de maior apreço, e principalmente nutritivas. Com a leitura é a mesma coisa: a leitura amarga precisa ser feita pelos seus nutrientes, e o valor que se faz sobre seu formato e conteúdo pode variar, especialmente quando pensamos que, assim como o jiló e a abobrinha contribuem para o crescimento da criança, a leitura “amarga” também faz o concurseiro crescer.
Gostar da leitura é um estímulo diário. O contato com o material de apoio, a valorização dos pontos principais, a sede de conhecimento, tudo isso pode servir para que a leitura seja um prazer. Não apenas a leitura do material em si, mas a de jornais, revistas, livros que não sejam relacionados a concurso público, também são importantes. Além desse estímulo diário, de se criar uma sede pela matéria, um conselho que damos para que o concurseiro goste de ler é realizar um curso de leitura dinâmica, que prova sua eficácia em multiplicar a velocidade e a retenção do conteúdo na memória.
Resumo da Ópera – Gostar de ler é ir além do convencional e do material de estudo. É projetar o que se quer adiante, praticar diariamente e criar apreço pela leitura. É um hábito saudável: adote-o, para o seu próprio bem e aprovação.
CLEBER OLYMPIO, um concurseiro que gosta de ler, desde pequeno.loading...
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