Um leitor do blog enviou faz algum tempo uma pergunta relacionada a algo que atormenta muito os concurseiros. O que fazer quando o tempo reservado para se estudar um determinado bloco de matéria acaba e ainda falta coisa para estudar? Deve-se parar e passar para a outra matéria programada para o dia? Deve-se, ao contrário, continuar estudando a matéria até o final, evitando parar no meio de um tópico? Isso não vai atrasar o estudo das outras matérias? O que fazer então?
É por conta de situações assim que sempre digo e repito que o concurseiro deve ter flexibilidade.
Muita gente pensa que estudar é montar uma grade de estudos e estudar obedecendo somente a ela e ponto final. O cara programa, digamos, para estudar quatro matérias no dia, duas horas cada matéria. Numa dessas se tiver de ir ao banheiro mais demoradamente ou atender ao telefone, irá largar uma beirola de matéria sem estudar. Só que estudar para concursos não é como ser maquinista de um trem inglês que tem de estar na estação na hora certa.
Dentro de uma mesma matéria, diferentes tópicos demandam diferentes tempos de estudo para serem devidamente entendidos e mastigados, o que, por si, dependerá do próprio candidato, de sua facilidade de aprendizado, de seu humor, de seu nível de cansaço, se está com a cabeça fresca ou preocupado com algum problema.
Tem dias que, simplesmente, não estamos em nossa melhor forma para estudar. O cansaço bate, os problemas se acumulam, a moral baixa, a motivação tira folga. Tudo isso influi na qualidade do estudo. E como podemos, diante de todas essas variáveis, querermos ser nazistas em relação a uma grade de estudos? Teimar nesse tipo de comportamento somente irá prejudicar a absorção do conhecimento, trazer angústia e tornar o estudo muito chato, o que, por si, já é um fator que deve ser evitado a todo o custo.
Penso que há situações e situações, e isso deve ser levado em conta. Vejamos.
Situações de “condições normais de pressão e temperatura”No dia-a-dia de estudo, quando não há a pressão de provas muito próximas e tal, flexibilidade deve ser a palavra de ordem. Claro que não é nada bom deixar um tópico de uma matéria pela metade e começar a estudar outra matéria, logo deve-se primeiro terminar o tópico e então ajustar o restante do dia de estudo para as outras matérias de modo a não terminar o dia com outros tópicos sem terminar de estudar.
Situações de criseAgora, em situações de crise com alguma prova para acontecer no final de semana seguinte, aí, sim, justifica-se a adesão irrestrita à grade de estudo. Nessas situações devemos começar a estudar cada bloco conscientes do tempo que temos e fazer de tudo para terminarmos de estudar o mesmo ao final daquele prazo. Se ver que não dará para estudar todo o tópico, estude o máximo possível antes de mudar de tópico. Não é a melhor coisa a se fazer, claro, mas nessas situações é melhor uma olhada rápida em muitos tópicos que uma boa olhada em somente alguns tópicos, porque vai que na prova cobrem o que você não olhou? Além disso, você já estudou tudo antes e está fazendo uma revisão de prova, certo?
Eu, por exemplo, descobri essa semana que metade do que venho estudando está tomando mais tempo do que havia programado. Não deixei nada sem terminar de estudar, mas para isso tive de sacrificar o estudo de outra matéria numérica. Amanhã (sábado) tirarei o dia todo para colocar essa matéria atrasada em dia. No domingo farei um novo planejamento de estudo considerando a maior demanda de tempo dessas matérias.
Resumo da ópera – Vida de concurseiro não é mesmo fácil. São muitas as dúvidas, muitos os caminhos, muito o que estudar e pouco tempo para isso. Não há nenhum manual que explique quando temos de ser rígidos em nosso planejamento de estudo e quando temos de ser flexíveis, infelizmente. Cabe a cada um decidir quando seguir cada caminho de forma a se preparar o melhor possível para essa guerra.
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