Material demais, material de menos
Concursos Públicos

Material demais, material de menos



Quando o assunto é material de estudo, os concurseiros se dividem ... para variar.

De um lado temos os defensores do “quanto mais material, melhor”, que não perdem a chance de adquirir algum novo livro ou apostila, adoram imprimir aulas e resumos encontrados na Internet, ficam extasiados quando conseguem por as mãos em alguma gravação em mp3 de aulas de cursinho e por aí vai. Claro que isso resulta numa grande coleção de material de estudos das mais diferentes matérias, coleção essa em crescimento constante.

De outro lado temos os defensores do oposto, do “quanto menos material,melhor”. Esses concurseiros estão sempre a procura do melhor material disponível, que quando encontrados significa o descarte do material anteriormente utilizado. Esse pessoal não presta a mínima atenção a materiais de menor qualidade, não estão nem aí para resumos e apostilas encontrados na Internet e nem querem saber de juntar um punhado de material que consideram inúteis.

Quem está certo? Qual é a melhor linha de ação? Qual dessas estratégias permite ao concurseiro se preparar o melhor possível para enfrentar a guerra dos concursos públicos?

Para “facilitar” a vida, ambas as estratégias tem um lado bom e um lado ruim, pontos positivos e negativos e nenhuma é a melhor em todos os aspectos.

Se de um lado ter muito material de estudo significa estar preparado para praticamente qualquer concurso público em termos de ter com o que estudar, por outro lado significa ter muito material de qualidade inferior, ultrapassado ou, pior, incorreto. Além disso, ter muito material de estudo acumulado significa a necessidade de ser organizado, muito organizado, e criar um método de arquivamento desse material. Não adianta nada ter uma tonelada de material de estudo todo misturado, pois se acabará perdendo mais tempo procurando algo do que realmente estudando. Para quem é organizado por natureza, isso não pode ser tão difícil, mas para quem é bagunceiro, bem, aí o bicho pega legal.

Ter pouco material, mas que esse material seja o melhor disponível, tem suas vantagens. Em primeiro lugar com pouco material de estudo o concurseiro não perderá tempo mantendo tudo devidamente organizado. Em segundo lugar o concurseiro não terá sua atenção desviada por qualquer material de estudo que encontrar, pois só de passar os olhos saberá se é melhor que o seu ou não. Em terceiro lugar, é muito bom estudar com a tranqüilidade de que se está usando um material de primeiríssima. São dois os principais pontos negativos dessa solução. Em primeiro lugar o concurseiro precisa ter um certo nível (alto) de conhecimento para poder discernir qual é o melhor material entre uma série de opções. Em segundo lugar, os melhores materiais custam caro ou não são assim tão fáceis de serem conseguidos sem custos, ou seja, pode levar algum tempo até o concurseiro conseguir tê-lo para estudar.

Particularmente adoto uma solução “meio muçarela, meio calabresa”. Não tenho material em demasia, mas também não uso o mínimo de material possível. Prefiro manter comigo os materiais, digamos, nota oito para cima. Com isso consigo cobrir uma grande área de conhecimentos concursídicos e, quase sempre, não deixar brechas em tópicos de editais de concursos, principalmente aqueles tópicos mais nebulosos quem nem todo material cobre descente ou mesmo superficialmente.

Resumo da ópera – Qual a melhor estratégia? Depende do seu nível de organização. Se você for uma pessoa muito organizada e não se importar de dedicar parte do seu tempo para manter como se deve sua pequena biblioteca de materiais de concurso, ótimo, pode ter muito material. Se você é muito desorganizado e se perde com facilidade em meio a muito material de estudo, seja minimalista. Agora, se você é como eu, não tão organizado, mas também não tão desorganizado, dá para adotar uma solução “mezzo a mezzo” sem maiores problemas.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

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