Era uma vez a prova de digitação do TRF 5º Região ...
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Era uma vez a prova de digitação do TRF 5º Região ...


Há 2 semanas vocês acompanharam a minha difícil escolha entre a prova do STF e a prova de digitação do TRF 5º Região. Tive uma tarefa árdua e, apesar de tudo, acho que escolhi o melhor caminho. Mas, nem tudo são flores, nem espinhos. Vejamos:

Brasília, 04/07 – 15 horas: Que beleza! Já estou no Aeroporto, ansiedade latente , coração batendo forte. Só quem vive longe do mar é que sabe a felicidade de encontrá-lo. Vou correndo em busca do check-in, meu avião sairia as 15:35h e eu estava atrasado. Quando chego ao 2º piso do Aeroporto, fila gigante, uma bagunça só. Não tinha check-in expresso e fui obrigado a encarar a fila.

- Ô amigão, meu avião vai sair, tô com pressa, tem como eu ir lá pra frente não? – perguntei ao funcionário da companhia

- Qual o destino senhor? – respondeu

- Maceió.

- Senhor, pode continuar na fila, o vôo do senhor vai atrasar, no mínimo, uma hora.

- Putz! – só consegui falar isso.

Naquele momento senti que o pior estava por vir. E veio, fiquei 4 horas e meia esperando pelo vôo, o que me obrigaria a tomar um táxi do aeroporto até o hotel. Impensável para uma pessoa que detesta dar dinheiro à taxista. Ainda mais em Maceió, como o aeroporto é afastado da cidade, os taxistas chegam a cobrar 55 reais para levar aos hotéis da orla. Liguei, então, para o hotel e dei uma “chorada” lá pra alguém buscar a gente no aeroporto pelo menor preço possível. Cheguei a oferecer 10 reais (rsrsrsrs), mas tive que desembolsar 30 reais ante aos 2 que iria gastar indo de ônibus. Inaceitável para um concurseiro pão-duro.

Passado o primeiro contratempo, procurei dormir e acordar o mais cedo possível para curtir o sabadão. Acordei 6:30h disposto a dar uma corrida na praia. Abro a porta do quarto e quebro a cara. Chuva, muita chuva. Esperava por isso, mas não como estava. Tempo nublado, chuva sem parar e vento forte. “Não acredito!” – pensei. Primeiro o atrasado do vôo, depois a grana pra alguém buscar a gente, agora essa chuva, o que mais poderia acontecer? Mesmo com a chuva, ainda consegui ir à praia. Tive que procurar um local menos sujo para entrar no mar, aliás, PÁRA TUDO!!

Interrompemos este artigo para falar de uma coisa muito séria. Quando nós, seres humanos inteligentes, continuaremos jogando plástico e outros tipos de lixo nas ruas, praia e outros locais? Até quando os governantes irão abrir passagens de esgoto para o mar? O que eu vi em Maceió foi um total descaso com as pessoas que ali vivem, os turistas e o meio ambiente. Dentro do mar tinha mais plástico que alga. Pessoal, até camisinha eu vi dentro do mar. Isso é uma vergonha, um absurdo para um local tão bonito, para um mar azul como o de Maceió. Respeito é bom é todo mundo gosta.

Depois dessa lavada, vamos continuar. Sábado passou e enfim chegou o domingo, dia da prova. A chuva, durante todo o tempo, não deu trégua. Já estava até aceitando a situação. Querer sol o ano inteiro não dá. É época de chuva no Nordeste e tinha que me contentar com aquilo. Fui à praia cedo, aproveitei as poucas horas de estiagem. Procurei me concentrar para a prova.

Tudo pronto. Mala arrumada e concentração elevada. Apesar de saber que a prova seria bem tranqüila, o friozinho na barriga vinha e voltava a todo tempo. O local de prova era bem próximo ao hotel, cerca de 150 metros. Cheguei lá 13:50h, minha prova era 14:20h. A hora chegou e tinha apenas 5 pessoas da minha turma, no total de 20. “Tá faltando uma galera, melhor pra mim.” – pensei. Os examinadores não nos chamaram e o pessoal das 15h começou a chegar. “Ai meu Deus, ainda tenho que pegar o ônibus, vou perder o avião!” – só isso que eu pensava fora da prova. Muita enrola e muita desorganização, típica da FCC. Lá fora, os candidatos estavam nervosos e ansiosos pela prova. Todos tinham a consciência que era uma etapa fácil, mas sabiam que o nervosismo poderia atrapalhar.

Entrei para a prova às 14:47h e lá fiquei até as 15:47h que foi quando terminou a minha prova. Aliás, prova muito tranqüila, 6 minutos para digitar, no mínimo, 600 toques já descontados os erros. Mesmo não sendo um exímio digitador, deu para digitar o texto inteiro e ainda revisá-lo umas 3 vezes, linha por linha. O segredo é manter a calma e não ficar nervoso com a digitação dos outros. Tem gente que faz muito barulho e digita tudo errado. Impressionante, não digitei rápido e ouvia um barulho que parecia que todo mundo ali era digitador profissional. Fui o primeiro a terminar a prova, estava muito concentrado, meu texto não continha nenhum erro. Outro segredo da prova de digitação, é melhor digitar um pouco mais devagar e prestar atenção nos erros e corrigi-los ao longo da digitação, dá tempo pra tudo. No final ainda fiquei vendo o povo se descabelando pra terminar a prova com o mínimo possível.

Conversando com um candidato (a) que não passou na prova de digitação do concurso do TST – a nota dele (a) dava para entrar dentro das vagas oferecidas – pude perceber alguns erros de candidatos que não conseguem êxito em uma prova de digitação:

1) Muito nervosismo e ansiedade na véspera e durante a realização da prova;

2) Querer aprender a digitar corretamente, com todos os dedos, pouco tempo antes do exame;

3) Se preocupar com o que os outros estão fazendo durante a prova, falta de concentração;

4) Excesso de perfeição, digita poucas palavras e interrompe o processo para reler o que escreveu.

Saí da prova tranqüilo, texto digitado, revisado e impresso. Agora era só esperar o dia do resultado. Antes fosse. Precisava pegar o avião ainda e mais uma vez teria que correr atrás de alguém pra me levar pro aeroporto. O tempo estava muito curto, ainda tinha que fazer check-in e o aeroporto estava longe, bem longe. Trinta minutos e mais 30 reais depois, cheguei ao confortável aeroporto de Maceió. Fui o último a entrar no avião. Deixei para trás o mar azul e a chuva que insistia em cair. Trouxe comigo a esperança de um dia morar naquela linda cidade e a certeza de voltar em breve, para o concurso do TRT-AL.

Resumo da ópera: Obstáculos existem e nós, concurseiros, estamos aqui para superá-los. Apesar de todos os contratempos, dificuldades e desilusões que tive, principalmente com a chuva, fui à Maceió para fazer a prova de digitação do TRF 5º Região. Era essa a finalidade e busquei me concentrar para realizar mais aquela etapa e escrever meu nome no livro dos aprovados dos próximos 4 anos. Pode ser que me chame? Sim. Pode ser que não? Sim. A única certeza da vida é a morte, enquanto ela não nos faz uma visita, temos que seguir caminhando e buscando os nossos objetivos.

Para aqueles que vão fazer prova prática de digitação, não se preocupem muito se não conseguem digitar com todos os dedos (como eu). Dá muito bem para digitar rápido sem saber as técnicas corretas da digitação. A pessoa que não passou no TST quis reaprender a digitar e isso lhe custou a aprovação em um dos mais cobiçados concursos que tivemos nos últimos anos. “Há três coisas que não voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”. Portanto, agarre com unhas e dentes todas as oportunidades que aparecer e preocupe-se com detalhes que farão toda a diferença. Que venha o próximo concurso, estou pronto!

Tiago Gomes, um solitário concurseiro especialmente para o Concurseiro Solitário.



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