Sim, é possível, porém existem alguns aspectos relevantes a exigir consideração. Primeiro, é preciso entender que um dos recursos mais valiosos para o candidato a concursos públicos trata-se do tempo disponível para os estudos.
Podemos aplicar um conceito do gerenciamento de projetos aplicado à preparação para concursos, a teoria da tripla restrição, que aponta as restrições de qualidade, o tempo e o custo. No caso do concurso, tempo significa duração, entre o início da preparação e a aprovação, custo significa quantas horas por semana um candidato pode investir nos estudos e qualidade tem relação com a consistência dos processos cognitivos adotados no aprendizado.
Assim, o candidato que trabalha tem mais limitado o recurso correspondente às horas de estudo por semana, mas pode estudar com a mesma qualidade que o candidato exclusivamente dedicado ao concurso. No entanto, este mesmo candidato que trabalha tenderá a contar com uma duração da preparação maior, ou seja, levará mais tempo até a aprovação.
Outro aspecto a ser considerado é que entre o candidato que trabalha e o que apenas se dedica os estudos há um conflito. Aquele que está só estudando tem mais tempo para a preparação, mas sofre a angustiante pressão de si mesmo e da família. Já o que trabalha não tem a ampla e desejável disponibilidade de tempo, porém não sofre a mencionada pressão.
Para quem pensa em pedir demissão para estudar, é preciso considerar todas as variáveis mencionadas e estruturar um plano de estudos adequado, principalmente para otimizar seu tempo e minimizar as angústias.
Coordenadores de cursos preparatórios alertam que essa prática mais prejudica do que ajuda. E avisam: pelo menos 60% dos alunos que passam nos concursos públicos conciliaram trabalho, estudo e família.
"Quem só estuda se cobra muito e na hora da prova fica nervoso. O tempo ocioso, em vez de ajudar, só atrapalha", diz Carlos Alberto de Lucca, coordenador geral do Siga Concursos.
Para José Luís Romero Baubeta, diretor de Recursos Humanos da Central de Concursos, "a combinação trabalho e estudo ajuda a melhorar a auto-estima, diminui a ansiedade."
Além disso, Baubeta diz que largar o emprego é arriscado porque, via de regra, as pessoas não passam no primeiro concurso. Assim, a frustração aumenta a pressão. "Todos devem ter consciência de que as provas não são fáceis e que podem demorar para passar".
De acordo com Lucca, é possível conciliar o emprego e a preparação para o concurso com uma fórmula simples: estudar com direcionamento e foco, e não se ater apenas ao tempo de estudo.
Lucca diz que os candidatos devem ficar atentos às matérias que estão nos editais e na forma como elas são abordadas nas questões. "O ideal é resolver provas anteriores para ver o que é perguntado e como é perguntado".
Método e planejamentoEle aconselha o candidato que trabalha a ser metódico, fazendo um planejamento de estudo todos os dias.
"Se o aluno estuda uma matéria a cada 20 minutos ele consegue intercalar os momentos de intervalo, como almoço e jantar".
Outra dica é fazer uma pausa a cada 50 minutos, por 10 minutos, se o período de estudo for entre três ou quatro horas por dia. "Essas paradas são importantes para o aprendizado".
Para quem vai prestar concurso em a um a três meses, Lucca aconselha o candidato a estudar todos os dias. Mas, caso o concurso esteja previsto para mais tempo, é recomendável que ele tire um dia da semana para descansar.
"Se o período de preparação é curto, vale investir, mas trabalhar e estudar sem pausa faz o rendimento cair. Nos momentos de descanso, é bom ele [o candidato] fazer o que mais gosta".
FamíliaA família também tem papel importante durante a dedicação aos estudos. "A família deve entender que está sendo priorizada a preparação para o concurso, que é um projeto a médio e longo prazo", diz Baubeta.
Lucca recomenda estudar em grupo. Nesse caso, a família pode até ajudar, fazendo perguntas das apostilas. Mas o estudo com outros candidatos também é recomendado, pois um pode tirar as dúvidas do outro. "Verificar provas anteriores ajuda a ver como está o desempenho, o que é preciso reforçar e melhorar", diz.
Baubeta indica que o candidato, para ter maior concentração, vá até bibliotecas municipais ou salas de estudo dos próprios cursos preparatórios para estudar. "E estudar com colegas estimula ainda mais", ressalta.
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