Como o Brasil é o país do futebol, tomemos um exemplo futebolístico. Alguém já ouviu falar de algum jogador que um dia está jogando de brincadeira em um campinho de terra de subúrbio, é magicamente descoberto por um olheiro e um mês depois brilha nos campos da Europa, fazendo gols extraordinários e recebendo uma fortuna de salário?
Eu nunca soube que algo assim acontecesse, não na vida real.
Todo mundo sabe como funcionam essas coisas. Os moleques bons de futebol ralam muito até conseguir uma chance para jogar em um time de base, então terão de ralar mais ainda até conseguirem entrar em um time de segunda divisão, onde terão de brilhar muito até serem notados por algum grande time. Mesmo quando são contratados por um time europeu, terão de ralar e brilhar muito ainda para subir nesse time e se tornarem o próximo Ronaldinho.
No universo dos concursos públicos não é muito diferente. A aprovação poderá demorar mais ou menos dependendo da estratégia adotada, que podem ser duas. Vejamos.
Estratégia do Vôo Direto – Adotada por quem almeja um cargo específico ou uma área de trabalho específica. Tem gente que simplesmente quer algo específico e ponto final. Para isso a pessoa estudada somente para aquele cargo ou área e não presta outros concursos que possam desviá-los do foco.
A chave dessa estratégia é a dedicação inabalável. O cara terá de ficar firme no seu propósito e não esmorecer. Estudar, estudar, estudar, até estar maduro o suficiente para ser aprovado. Isso pode demorar dois, três, quatro anos, já que o tempo não importa nessa estratégia.
Para adotar essa estratégia o concurseiro precisa ter dinheiro, tempo e disciplina suficientes. Dinheiro para se manter e comprar o melhor material de estudo disponível. Tempo para estudar com qualidade. Disciplina para manter o ritmo de estudo e não desanimar.
Só que essa estratégia não é a única disponível. Muitos concurseiros não têm dinheiro, tempo e/ou disciplina suficiente para adotá-la. Por isso, muitos adotam uma estratégia alternativa que lembra muito o mundo do futebol.
Estratégia do Concurso-Escada – A idéia por trás dessa estratégia é o famoso “dividir para conquistar”. Como se faz para vencer uma subida íngreme com o menor esforço possível? Basta dividi-la em várias “subidinhas” leves, os degraus ... opa, isso é uma escada.
Aplicada a concursos público significa começar prestando concursos relativamente mais fáceis e então prestar concursos cada vez mais difíceis até atingir o cargo desejado. Comparativamente, essa estratégia é mais trabalhosa que a estratégia anterior, pois o cara terá de estudar mais, prestar mais provas, passar por mais ansiedade, mudar mais de empregos, mas pelo menos suprirá a falta de dinheiro e não terá de enfrentar a solidão de estudar alguns anos para só então prestar prova com chance de ser aprovado.
Eu adotei essa estratégia, mesmo porque sou bastante ansioso e não tão disciplinado para me dar bem com a primeira. Além disso, não conto com uma fonte inesgotável de recursos para me bancar por tempo indefinido.
Qual a melhor estratégia? As duas. Tudo vai depender de suas condições e da sua personalidade. Conheço gente que estudou por quatro anos sem prestar concurso algum e, finalmente, quando prestou concurso para magistratura, foi aprovado de cara. Por outro lado, conheço gente que primeiro passou em um concurso de nível de segundo grau, foi passando em outros concursos e hoje é auditor de tribunal de contas com salário em torno de R$20 mil. Ou seja, ambos alcançaram o sucesso, somente adotaram estratégias diferentes.
Resumo da ópera - O concurseiro deve, sim, ter cuidado para escolher a melhor estratégia de acordo com sua personalidade e ambições. Mesmo assim, se um dia descobrir que está usando a estratégia errada, deve mudar imediatamente. O que não pode acontecer é de lutar sem estratégia nenhuma.
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