Hoje trataremos de um tema que é comum a todo e qualquer concurseiro: CONCENTRAÇÃO.
Nunca vi alguém, por melhor estudante que fosse, não reclamar de falta de concentração, uma vez ou outra. Muitos alunos, amigos e internautas têm me mandado e-mails me argüindo acerca deste tema. Por isso, vou tentar aqui, com meus singelos, mas eficazes, conhecimentos de neurociência, dispor dicas interessantes sobre algumas ?ferramentas" que utilizei para melhorar minha concentração.
Primeira verdade: NINGUÉM É 100% CONCENTRADO EM TODO TEMPO. TEMOS MOMENTOS DE CONCENTRAÇÃO E OUTROS MUITOS DE DISPERSÃO. Isso faz parte da natureza humana.
No decorrer do dia somos bombardeados com inúmeros pensamentos e não adianta espernearmos, pois isso é inerente ao ser humano! Sendo assim, o nosso desafio, enquanto estudantes é aumentar o período em que ficamos concentrados. E isso é perfeitamente possível, basta uma boa dose de disciplina e paciência.
Segunda verdade: A CONCENTRAÇÃO NÃO É UM FATOR EXCLUSIVAMENTE BIOLÓGICO, OU SEJA, CONCENTRAÇÃO É HÁBITO, É TREINAMENTO.
Feitas essas considerações iniciais, cabe a pergunta: E O QUE É CONCENTRAÇÃO?
Na minha visão de jurista, o conceito de concentração é tão simples como tomar doce de uma criança, basta pensar na etimologia da palavra: CON-CENTRAção. Assim, concentração é convergir para um centro. Ou seja, trata-se de focar a atenção em um alvo a tal ponto que as demais coisas sejam minimamente percebidas.
O estudante plenamente concentrado é aquele que, enquanto estuda, não pensa em outra coisa a não ser na matéria que é objeto de estudo. Ou seja, concentrar é pensar predominantemente na matéria que se está estudando naquele momento.
Para comprovar a minha tese, vamos a um exemplo. Imagine aquele dia em que você estava estudando Direito Administrativo (obs.: a melhor matéria, diga-se de passagem). Você começou motivado, cheio de vontade de aprendera a matéria. Meia hora depois, passou pela sua cabeça o seguinte pensamento: ?será que estou estudando suficiente?? Então, você se entregou àquele pensamento, e... ?viajou na maionese?: pensou nos demais candidatos que estudam 25 horas por dia, no número de concorrentes, no nível de dificuldade das questões, etc. Dez minutos depois você caiu em si e se fez a célebre pergunta: ?Meu Deus, o que era mesmo que eu estava lendo??. Daí, você leu novamente e ?recordou? do que já havia lido minutos atrás. Mais quarenta minutos de estudo, e de repente você pensou: ?Ah não, tenho que fazer aquela lista de exercícios de Direito Penal hoje à tarde. Odeio essa matéria, não sei por que isso cai em concurso...? E, novamente, você viajou naquele pensamento. Quinze minutos depois, você cai em si e.... Ah, o resto você já sabe...
Quem nunca passou por essa situação, pare de ler esse artigo imediatamente. Volte aos estudos! A sua concentração tem que ser bem aproveitada com longas horas de estudo. Mas se a sua resposta à pergunta foi afirmativa, recomendo que continue a leitura.
Como percebemos a falta de concentração é ocasionada pelo excesso de pensamentos que rondam a nossa mente no momento em que estudamos.
Se você duvida disso, comece a se policiar nos seus estudos. Preste atenção em quantas coisas passam pela sua cabeça enquanto você estuda, e que te atrapalham a aprender a matéria. É um exercício de autoconhecimento que em muito pode melhorar o seu desempenho nos estudos.
Com efeito, e, com o intuito de ajudá-lo, vamos trazer à tona algumas dicas para dominar esse excesso de dispersão da mente.
O primeiro fator que gera grande parte da falta de concentração do concurseiro é a falta de motivação. O seu nível de motivação é diretamente proporcional ao seu nível de concentração. É ponto pacífico na Neurociência que, quando estamos motivados, aprendemos melhor e gastamos menos tempo para fazê-lo. Ou seja, quando estamos motivados, aprendemos bem mais e em menos tempo que aprenderíamos se estivéssemos desmotivados.
Motivação, como trato no meu livro, ?Os Sete Hábitos do Concurseiro?, é simplesmente motivo para ação. Ou seja, é algo que é suscetível a mover o concurseiro a estudar e a se sacrificar até o momento da posse no cargo público desejado.
A motivação é algo peculiar. Cada um tem seus próprios fatores de motivação. Cada um tem os seus porquês de ser aprovado em concurso: um quer passar em concurso público porque quer casar; outro, porque quer comprar um carro; outro deseja ajudar a família, outro, ainda, quer estabilidade profissional e financeira. E assim, sucessivamente.
O segredo é descobrir a razão pela qual você quer ser aprovado e dar a ela o máximo da sua atenção. Você deve desenvolver um sistema de automotivação, a fim de que esteja constantemente sendo impelido a estudar com afinco. Todos os dias você tem de alimentar sua motivação. Precisa fazer com que a vontade de passar em concurso público seja constante. Sempre digo que o concurseiro que deseja a aprovação deve nutrir dentro de si a chama da vitória. Precisa estar diariamente se lembrando daquelas coisas que terá ou fará quando for aprovado, dos momentos que poderá desfrutar sendo servidor público, na contribuição que dará à sua nação atuando no interesse da coletividade. Ou seja, deve dar atenção àquilo que te deixa animado para estudar. É proibido pensar naquelas coisas que o deixam para baixo, desanimado: medo da reprovação, quantidade de concorrentes, nível de dificuldade nas provas, dificuldades financeiras, pois isso acaba diminuindo o seu ritmo de preparação e tornando difícil a tarefa de estudar. Há uma frase de Mike Murdock muito interessante para o assunto aqui exposto: ?Àquilo que mais você der atenção, crescerá em sua vida?.
Entramos agora no segundo tópico: a força do pensamento na preparação para concursos públicos. É simples: se você ficar pensando que não vai conseguir, que concentração terá na hora estudar? Sendo assim, só te restará a reprovação. Se você ficar pensando que não vai dar certo, que não vai conseguir, certamente ficará desmotivado, estudará mal e acabará fracassando mesmo. De outra forma, se você só pensa na aprovação, pensa nas coisas boas que desfrutará na condição de servidor, nas pessoas que poderá ajudar, você terá cada vez mais garra para estudar e será aprovado em quantos concursos desejar.
Toda vez que você está estudando e pára para pensar em outras coisas, sobretudo naquelas que não te deixarão motivado, você se dispersa. É isso que acontece quando você lê uma página inteira de um livro e logo constata que não se lembra de nada do que leu: por conta de excessos de pensamentos (preocupações) você acabou por não dar atenção necessária ao conteúdo estudado. Se eu pudesse classificar a falta de concentração em poucas palavras, seriam elas: EXCESSO DE PENSAMENTOS. Justamente por não manter seu pensamento fixo no conteúdo estudado você acaba não aprendendo de maneira satisfatória.
Quer aumentar a concentração nos estudos? Então faça assim: quando estiver estudando procure não pensar em outra coisa a não ser na leitura que está fazendo. Não pense nas dificuldades, nos problemas, na reprovação. Fixe sua mente naquele conteúdo e nada mais. Quando você estiver querendo pensar em algo que esteja fora da matéria, pare um pouco de estudar e pense que vai dar tudo certo. Volte a estudar e concentre-se na matéria.
Em suma, o segredo da concentração reside em ser um concurseiro motivado, que estuda com garra e diminui ao máximo os pensamentos negativos que teimam em nos manter dispersos.
Essas são apenas algumas considerações sobre concentração. Espero que seja útil na sua preparação, amigo concurseiro.
Obs.: Não quero fazer apologia às teorias quânticas de pensamento positivo que têm preconizado que "Você pode ter tudo aquilo que desejar, basta que pense nessas coisas com afinco". Sim, concordo que o pensamento positivo ajuda, e muito, a vencer os desafios da vida. O indivíduo pessimista nunca chegará a lugar algum. Porém, de nada adianta ficar pensando que será aprovado e não ?meter a cara? nos livros e estudar para valer. Fico com a célebre frase do Bernardinho, técnico da seleção masculina de vôlei: "Nada substitui o treinamento, a preparação".
Fonte: SOS Concurseiros - Elyesley Silva
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