Concursos Públicos
“Não vou conseguir estudar tudo isso a tempo”
É engraçado como todo concurseiro tem uma tendência natural ao que eu chamo de “super-dimensionamento dos problemas”, que se traduz em reclamações do tipo “é muito difícil”, “é muita concorrência”, “é muita coisa para estudar”, “não vai dar tempo” e por aí vai. Dizem alguns professores com mais experiência no universo concurseiro que isso é um reflexo direto da insegurança em relação ao alto nível de exigências dos concursos públicos.
Esse comportamento é muito comum quando os concurseiro encaram o edital dos concursos que pretendem prestar. Tudo bem, os editais são mesmo pouco amigáveis com suas dezenas de páginas de regras e, principalmente, com a descrição das matérias que serão cobras no dia da prova. O concurseiro vai lendo, lendo e então dá de cara com uma batelada de Direito Constitucional, Direito Administrativo, Português, Raciocínio Lógico-Matemático, Estatística, Administração, AFO e por aí vai. É inevitável pensar que será muito, muito difícil estudar toda aquela matéria até o dia da prova, bem o suficiente para poder concorrer com alguma chance de ser aprovado.
Outro pensamento ronda a cabeça dos concurseiros nesses momentos, algo totalmente desconexo com a realidade que alguns especialistas afirmam ser criação de duendes maldosos dedicados a pouco nobre arte de atrapalhar a vida dos concurseiros, é o clássico “só eu não vou dar conta de estudar tudo isso, todo mundo conseguirá menos eu”. Claro que esse tipo de pensamento deveria ser descartado assim que surgisse na mente, afinal de conta não tem cabimento achar que algo assim irá acontecer, ainda mais quando não é segredo que a grande maioria dos inscritos em qualquer concurso simplesmente estuda muito pouco.
Ao verificar as matérias que serão cobradas em um concurso, é preciso ser frio e metódico como um cirurgião com décadas de experiência. Eu tenho uma metodologia baseada em três passos que acho muito prática:
Passo 1 – Separar as matérias em “tenho mais facilidade” e “tenho menos facilidade”. Com essa separação você saberá quais matérias necessitarão de maior dedicação e tempo de estudo e quais poderão ser estudadas com mais calma e em menos tempo, afinal de contas, enquanto dificuldade é como subir um morro (que demanda mais tempo e esforço), facilidade é como descer (e na descida todo santo ajuda).Passo 2 – Separar os tópicos de cada matéria em “Estudei recentemente”, “Estudei faz algum tempo” e “Nunca estudei”. Segundo especialistas em memorização, matérias que ficam mais de 15 dias sem serem revisadas começam a ser descartadas da memória. Ao dividir as matérias segundo o tempo de estudo, você poderá programar ciclos de estudo para revisar primeiro as matérias que estudo faz algum tempo (para evitar que elas sejam descartadas da memória), depois para revisar as matérias que estudou recentemente (para fixação) e então para estudar as matérias nunca vistas. Passo 3 - Verificar para quais matérias/tópicos você já tem material de estudo e pesquisar qual o melhor material de estudo para as matérias/tópicos para os quais você ainda não tem material. Como dinheiro não dá em árvores e concurseiro geralmente não tem dinheiro sobrando, esse inventário de qual material de estudo já se possui é importantíssimo para que se evite a compra de material que já se tem, ou seja, gastar dinheiro à toa. A pesquisa do melhor material de estudo para cada matéria também é de suma importância, já que não adianta nada estudar muito com um material de baixa qualidade, cheio de erros, de didática fraca.
Pronto, seguindo esses três passos você terá toda a matéria que terá de estudar devidamente destrinchada e classificada, que assim não será nem um pouco assustadora. Além disso, será muito mais fácil preparar o programa de estudos otimizado para qualquer concurso (assunto que tocarei em outro artigo).
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