Concursos Públicos
Vale a pena fazer estágio jurídico?
Passei alguns meses me dedicando em tempo integral ao estudo para concursos públicos, e devo dizer que ter tanto tempo disponível é algo positivo em nossa vida de concurseiros, mas que deve ser equilibrado com outras atividades importantes em nossa vida de estudo, isso porque ninguém pode apenas estudar, sem se atentar a outros pontos essenciais em nossa qualidade de vida (como lazer, exercícios físicos, relacionamentos, espiritualidade, etc).
E depois de vários meses dessa modalidade de estudo surgiu uma oportunidade de realizar um estágio de pós-graduação com o juiz criminal da Comarca em que vivo. Com carga horária de 6 horas por dia e uma bolsa-auxílio agradabilíssima aos meus padrões.
E fiquei me questionando: Será que estágios são inconvenientes no estudo para concursos públicos? Bom, é sobre isso que gostaria de tratar hoje, me restringindo ao estágio em si, e não a bolsa-auxílio ou quaisquer opções de retributividade financeira.
Eu penso que não. Não é um empecilho, e pelo contrário, se bem aproveitado, pode ser algo que realmente auxilie nessa etapa de nossas vidas. Darei 2 bons motivos:
1º. Em estágios profissionalizantes ou de pós-graduação, como no meu caso, a possibilidade de se atuar em feitos de maior complexidade é maior (já que os estagiários já estão graduados em sua área de formação, o que – se não demanda mais conhecimento, que obviamente independe de certas qualificações técnicas – possibilita a certeza de um primeiro contato com vários aspectos do Direito e, portanto, maior abertura para se empenhar em questões mais dificultosas), o que permitiria estudo aprofundado sobre matérias que certamente poderão vir a cair em concursos públicos.
2º. A realização de tarefas práticas e que se espelham na rotina de cargos públicos, como o de juiz estadual, promotor de justiça, entre outros, pode nos auxiliar na realização das provas prático-profissionais de vários certames. É evidente que alguém que se dedicou por certo período de sua vida a auxiliar um promotor de justiça na interposição de Ações Civis Públicas, por exemplo, terá boas chances de se sair bem na consecução de uma Ação Civil Pública no ínterim da prova prática, por exemplo.
O importante é que saibamos que nossas atitudes como estagiários podem contribuir para a consecução das próprias finalidades da instituição a que estamos vinculados, e por vezes até esclarecer qual nossa verdadeira vocação profissional e a que cargo público (ou de agente político, como queiram) gostaríamos de nos devotar.
Para tanto, vale a pena sim, em minha opinião, fazer um estágio profissionalizante ou de pós-graduação, desde que estejamos conscientes do tempo disponível para estudo exclusivo (exclusivo porque estágio também é uma forma de estudo, contudo é alternativa) que ainda resguardamos em nossa rotina diária (conscientes também dos eventuais sacrifícios de horários destinados a outros afazeres e direcionados ao estudo a partir da decisão), sendo certo que devemos nos empenhar para bem realizar as tarefas que nos forem solicitadas, deixando para trás o falso estigma de que estagiários não são sempre compromissados com a causa que defendem, e pelo contrário, podem fazer de tudo para aprender com cada acontecimento que permeia sua rotina de profissionalização.
Resumo da ópera - No final das contas, após fazer minha lista de prós e contras, eu gostei mesmo de minha decisão em começar tal estágio de pós-graduação, e tenho enxergado tal oportunidade como forma clara de estimular meus conhecimentos a respeito da Magistratura Estadual (Paraná) e de angariar tantos outros, que poderão fazer a diferença entre a aprovação e a espera.
PAULA OLIVEIRA é Concurseira por vocação.IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
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