Tempos atrás uma amiga resolveu fazer uma longa viagem pelo mundo. Apesar de não ser milionária, ela tinha como bancar uma viagem de longa duração, então juntou suas coisas e pôs o pé na estrada. Ontem ela entrou em contato e conversamos um pouco.
Fiquei surpreso de ouvi-la dizer que não está aproveitando a viagem como gostaria e que isso a está frustrando. Perguntei o motivo e ela respondeu que eram as malas. Então explicou que começou a viagem levando uma mala respeitável com tudo o que achou que precisaria durante a jornada. Só que em cada lugar que ela visitava, ela juntava mais coisas. Com o tempo sua mala ficou pequena e ela teve de compra outra, depois mais uma, depois mais uma. Quando me ligou, de uma estação de trem ou aeroporto distante, ela estava tendo de lidar com uma dúzia de malas de todos os tamanhos, todas lotadas e pesadas.
Imagine viajar pelo mundo desse jeito, carregando para cima e para baixo um número crescente de malas pesadas. Não há cristão, mulçumano, judeu ou hindu que mereça.
O que isso tem haver com concursos públicos? Simples. Na realidade essa amiga é uma concurseira muito séria, mas que tem o mau hábito de carregar consigo todas as derrotas, erros e enganos de seu passado concurseiro em sua jornada para o sucesso, como uma dúzia de malas pesadas. E ela está cansada de fazer isso, está sentindo como isso a está atrapalhando. Só que ela não está sozinha, uma parcela considerável de concurseiros comete o mesmo erro.
Disse para essa amiga que ela deveria parar e dar uma geral nessa bagagem. Ela deveria abrir todas as malas, separar apenas o extremamente necessário e que coubesse numa mochila de viagem ou numa mala de rodinhas de tamanho médio, devendo largar todo o resto e seguir sua viagem muito mais tranqüila, livre, leve e solta. Traduzindo, ela deveria esquecer tudo o de ruim que passou desde que se tornou uma concurseira, deixar tudo isso para trás para que não atrapalhe mais sua caminhada em direção ao sucesso futuro.
Realmente temos uma tendência a ficar lamentando por não termos estudado melhor tal matéria, não termos usado tal material de estudo, não termos prestado tal prova ou não termos passado em tal concurso. Nos esquecemos ou mesmo recusamos a aceitar que o passado é passado e não pode ser mudado, que como diz o sábio ditado popular, “não adianta chorar sobre o leite derramado”. O efeito disso sobre o concurseiro é nefasto e devastador, mina nossa segurança, nossa auto-confiança e, pior, compromete nossa qualidade de estudo.
Costumo fazer o seguinte para lidar com isso. No dia seguinte a uma prova de concurso tiro o dia de folga, mas ao invés de dormir o dia inteiro, aproveito para fazer um balanço daquele pedaço da minha jornada, desde o primeiro dia que estudei para aquele concurso que acabei de prestar. Pego duas folhas limpas de papel, uma chamo de positivo e outra de negativo. Então passo a listar o que fiz de certo e fiz de errado, o que estudei suficientemente e o que deveria ter estudado melhor, enfim, faço um inventário geral. Quando termino, guardo comigo listagem de pontos positivos e então releio com cuidado a listagem de pontos positivos antes de queima-la com a ajuda de um fósforo ou de um isqueiro. Esse gesto simboliza que tudo aquilo de errado que fiz foi listado, analisado, perdoado e deixado no passado onde pertence, que não levarei comigo nenhum arrependimento ou frustração. Só após esse exercício me sinto pronto para começar a estudar para outro concurso.
Resumo da ópera – Se na sua jornada concurseira você está arrastando uma dúzia de malas lotadas e pesadas, então está mais do que na hora de você fazer uma geral nessa bagagem, guardar só o que precisará para o restante da viagem e simplesmente tacar fogo no que sobrar, para que não o atrapalhe mais durante a viagem. Gente, não há um concurseiro sério que não tenha estudado errado, não estudado direito, sofrido derrotas em concursos, isso é fato. O grande segredo está em analisar o que aconteceu de errado e então deixar tudo isso para trás de forma que não o atrapalhe nas batalhas futuras ... a não ser que você goste de viajar carregando uma dúzia de malas para cima e para baixo como um trouxa.
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PERGUNTA DO DIAComo você lida com suas derrotas passadas, com os concursos nos quais não passou, com o estudo errado, com as técnicas mal aplicadas, com o material errado que usou? Você já tentou deixar o passado para trás? Foi bem sucedido? Ou não fez porque acha que não o atrapalha?
Essa pergunta deve ser respondida em nossa comunidade no Orkut. Basta clicar no homenzinho ai em cima (você precisa estar conectado no Orkut em outra janela de navegador para ser levado à página de resposta).
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MÚSICA DO DIANossos irmãos portenhos (argentinos) cultuam fervorosamente três ídolos, Evita Perón, Maradonna e Astor Piazzolla. A primeira era uma política populista, o segundo não é, nunca foi e nunca será o maior jogador do mundo (Salve, Pelé), mas para o terceiro tiro meu chapéu. Astor Piazolla foi um gênio do tango e sua obra é definitiva no gênero, merecendo ser apreciada por amantes da música de todas as nacionalidades. Para vocês trago a interessantíssima "Milonga Loca".
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