Quando o demais não é o bastante
Concursos Públicos

Quando o demais não é o bastante


Sempre gostei bastante dessa frase da Legião Urbana, mas nunca na minha vida ela teve tão importante significado. Explico.

Sou um concurseiro atípico e um pouco diferente da maioria dos que freqüentam esse blog, pois já sou funcionário público (exerço um cargo de nível médio em uma autarquia estadual), mas, depois que me formei, tenho investido nos estudos para cargos de nível superior; até porque sempre tive em mente que devemos evoluir, sempre.

Estou nessa há, aproximadamente, dois anos (desde 2008) e, como vários de nós, concurseiros, tenho prestado uma série de concursos, em diversos órgãos, mas sempre próximo a minha área de atuação (Ciências Contábeis). Alguns deles eu prestei para conhecer a banca (por exemplo, CESPE e ESAF), outros prestei para me familiarizar com certas matérias “exóticas”, outros, ainda, prestei apenas por conveniência de local de trabalho e vencimentos (R$).

Mas, chega uma hora na vida de todo concurseiro em que ele diz para si mesmo: “chegou a minha hora de sair da fila, basta abrir o concurso X que eu estou pronto para ele”. Pois é, essa hora chegou para mim. Estudava há tanto tempo, com afinco e dedicação, que percebi que tinha agregado todo o conhecimento necessário para fazer a melhor prova da minha vida. Era a minha hora.

Para minha surpresa, logo quando estava com esses pensamentos o tão esperado concurso (de nível superior) abriu edital. Singelamente às vésperas do Ano Novo. Belo presente; pensei. Havia um infortúnio: era apenas uma vaga.

Tudo bem, desde o começo eu sabia que teria de ser o melhor, dentre os melhores. Mas haviam algumas vantagens competitivas: tinham três meses para a prova, eu sabia que muitos concurseiros ainda estavam se curando da ressaca do fim do ano e a matéria era exatamente a mesma que eu já vinha estudando nos últimos meses.

Logo no primeiro de mês de estudo, para minha surpresa, abriu edital de outro concurso na minha área, bastante interessante também e com prova para a semana seguinte ao que eu já vinha me preparando. Como a matéria também não divergia muito, resolvi prestar também. Ou seja, estava me preparando para dois certames, praticamente iguais, ambos com apenas uma vaga.

Quando digo que o trecho “o que é demais, nunca é o bastante / a primeira vez, sempre a última chance...” da música do Renato Russo se encaixa no meu atual estado de espírito estou me referindo ao resultado que acabei obtendo nessas provas:

Em ambos os concursos (como disse, era apenas uma vaga) eu teria de ir super, hiper, mega bem na prova para estar no páreo. Pois é, meus caros amigos leitores, eu consegui ir super, hiper, mega bem nas duas provas.

Nas duas provas eu consegui atingir um grau de acertos superior à 90% dos pontos possíveis. Puxa, eu estava super feliz; não por acreditar que uma das vagas poderia ser minha, mas por saber que tinha ido muito bem. Afinal, eu sabia que as provas tinham sido muito bem elaboradas e que muitos concurseiros sérios seriam pegos de surpresa com tamanho grau de dificuldade.

Para a minha surpresa os resultados preliminares das duas provas saíram essa semana. E aqui entra o Renato Russo com sua frase categórica: nos dois concursos eu tive de amargar um segundo lugar. Pois é, “aí sim, fomos surpreendidos novamente”, eu e minha noiva, com o segundo lugar nos dois certames. Alguém mais bem preparado que eu tinha conseguido um resultado melhor que o meu. Infelizmente.

Confesso que lá no fundo eu sei que teria de ver isso com bons olhos; afinal, de quase duzentos candidatos estar entre os dois primeiros é um grande resultado. Minha noiva e meus pais estão falando isso o tempo todo. Mas, na prática, a situação é bem diferente: chego a pensar que se tivesse ficado algumas colocações para baixo (tipo um quinto, ou sexto, ou décimo lugar!) estaria menos desanimado e, principalmente, menos desmotivado para voltar aos estudos.

Como diria uma passagem de um desenho animado antigo (acho que era do Pica-Pau): “de volta à prancheta de desenhos”. É assim que devo pensar. Contudo, para tirar a forra pretendo descansar (de verdade) a semana inteira. Nem olhar para esses livros e apostilas, que me foram grandes amigos nos últimos anos e que (acredito eu) ainda o serão por um longo tempo.

Sonho com o dia em que eu me veja no topo da lista de classificados do Diário Oficial e possa dizer “o que era demais pode não ter sido o bastante no passado, mas hoje foi!!!”. No fundo vejo que esses tropeços são apenas pequenos avisos para que eu evolua no campo da paciência e da dedicação, de modo a dar um valor ainda maior para minha conquista quando ela chegar num futuro bem próximo.

Resumo da ópera - Pode parecer clichê o ditado, mas não desista nunca de seus sonhos e nem fique esperando que as coisas aconteçam por si só. Prepare-se, instrua-se e aguarde pacientemente, a sua hora há de chegar. Como já dizia o mestre Francisco Cândido Xavier (o Chico Xavier): “quando o concurseiro está pronto, o concurso aparece” (adaptado).

Esse artigo é de autoria do concurseiro SÉRGIO SOUZA BATISTA e foi classificado em 2o lugar na Promoção "Envie-nos um artigo legal e ganhe um bom prêmio".

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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