Eu não acredito que estou vendo isso
Concursos Públicos

Eu não acredito que estou vendo isso


Não tem uma prova de concurso público em que não fico espantado com a falta de noção de alguns vários candidatos (já nem chamo de concurseiros pela sua falta de noção). Qualquer concurseiro que já está nessa guerra há algum tempo tem histórias de absurdos que testemunhou para contar.

Nas provas do concurso da CGU não poderia ser diferente, claro.

Nesse concurso tratei de anotar os casos mais graves de “falta de noção de fazedores de concursos públicos” para escrever esse artigo (já dou risada antes mesmo de começar a escrever sobre cada um).

Garrafa de dois livros de Coca-Cola Zero – A tarde de sábado estava quente e as cinco horas da primeira prova prometiam uma boa dose de cansaço. É sempre recomendável levar uma garrafinha de água para não desidratar e evitar de ter de fazer prova com sede. Até um suco de caixinha rola levar. Mas tem gente que insiste em levar refrigerante e quando abre o danado na sala de prova, paga o maior mico ao chamar a atenção de todo mundo, atrapalhando a concentração dos colegas de prova. Só que dessa vez vi o extremo dessa falta de noção, um candidato sensivelmente acima do peso (leia-se gordo) levava numa sacolinha de supermercado uma garrafa de dois livros de Coca-Cola Zero (pelo menos ele se preocupava com as calorias do refrigente), pior, o refrigenrante não estava gelado e não vi copinho acompanhando. Imaginem o cara, no meio da prova, abrindo a garrafona de refrigerante morno para tomar do bico!

Tappeware com salada de frutas na geladeira da cantina – O local de prova era uma escola estadual de primeiro grau e como toda boa escola desse tipo, no pátio havia a cantina onde normalmente é preparada a merenda diária da criançada. No dia da prova, estava sendo usada para preparar o lanche dos fiscais de prova. No domingo, no intervalo entre as prova da manhã e da tarde, estava eu sentado próximo da tal cantina, quando chegou uma candidata com um potinho tappeware (daquele de plástico para guardar comida na geladeira) e pediu para a responsável pela cantina para guardá-lo na geladeira. “É uma saladinha de frutas para eu comer durante a prova. Quando der fome desço aqui para buscar. Geladinha é bem melhor”!

Sacolinhas com guloseimas variadas – Antes de entregar as provas, os fiscais da minha sala passavam pelas carteiras checando se todos tinham guardado estojos e demais materiais não permitidos durante a prova. Então a fiscal diz para uma menina que ela teria de deixar uma sacolinha de supermercado cheia de coisas junto com todas as outras mochilas e bolsas encostadas no quadro negro. Então a menina abriu a sacolinha e começou a tirar comidas de lá, eram balas, chicletes, biscoitos, suquinho, Todinho, tinha até um ovo de páscoa daqueles pequenos!

Confundir ESAF com CESPE – A Cespe é conhecida por suas provas de afirmativas que devem ser julgadas como certas ou erradas pelos candidatos e, principalmente, pelo fatídico “uma errada anula uma certa”, logo, chutar questões que não se sabe responder é mau negócio. A Esaf usa o esquema padrão de questões com cinco alternativas para o candidato marcar a certa, onde chutar é melhor que deixar em branco. No intervalo entre as provas do domingo almocei em uma padaria próxima do local de prova e não pude deixar de ouvir a conversa de um grupo de candidatos na mesa do lado. “Cara, essa Esaf é foda com esse negócio de cada resposta errada anular uma certa. Mas eu não caio nessa, se não sei, não chuto. Deixei dez questões em branco na prova da manhã”!

Tirar o tênis e colocar o pé na carteira da frente – Por se tratar de uma escola de primário, as carteiras eram baixas, muito baixas. Para quem tem estatura menor, isso não era problema. Para quem era mais alto (como eu), isso era certeza de desconforto durante a prova e uma boa dor nas costas. Todo mundo procurava se ajeitar da melhor forma que podia. Um candidato, porém, foi além. Tirou os tênis e esticou as pernas para apoiar os pezões na carteira da frente que estava vazia, como se estivesse em sua própria casa e não entre trinta e tantos outros candidatos fazendo prova ... e ainda ficou bravo quando a fiscal da sala pediu para ele não fazer aquilo!

Ler revista enquanto espera para anotar gabarito – Como forma de evitar fraudes nos concursos, as bancas geralmente somente permitem que os candidatos anotem as respostas que marcaram na folha de respostas ou levem os cadernos de questões antes do final do tempo de prova. Nessa prova a Esaf somente permitia anotar as respostas na última meia hora de prova, em um papelzinho fornecido pelos fiscais. Quem terminava antes e queria levar as respostas, tinha de esperar. Não é que uma menina, faltando quase uma hora e meia ainda para poder anotar as respostas, perguntou para a fiscal da sala se ela podia pegar na mochila umas revistas para ler enquanto esperava!

GANHADORA – Picanha mal passada com maionese – Todo concurseiro sério sabe que a alimentação nos dias de provas (e dias anteriores) deve ser leve e de fácil digestão, afinal de contas, ninguém quer ser impedido de fazer a prova por conta de um desarranjo de estômago ou intestino. Domingo fizemos duas provas, uma pela manhã e outra à tarde. Próximo do local de prova havia uma ótima padaria com lanchonete. Claro que o local se tornou ponto de alimentação dos candidatos do concurso, eu entre eles. Atento à necessidade de comer algo leve, pedi um sanduíche de filé com queijo e uma saladinha, sem molhos, nada a não ser um salzinho e azeite. Na mesa do lado, a mesma do caso do cara que confundiu Esaf com Cespe, um outro rapaz reclama que não tinha tomado café da manhã (!) e faz seu pedido. “Eu vou querer essa picanha com arroz, batata frita e maionese. Mas traz a picanha bem gorda e mal passada e pode caprichar na maionese”!

E você, já testemunhou algum absurdo desse tipo?

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Resumo da ópera – Sem palavras!

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Música do dia
Hoje separei para vocês uma música muito legal, uma regravação de “Dancing with myself” do Billy Idol, sucesso dos anos 80, com uma roupagem moderninha, por um grupo de garotas inglesas que cantam muito bem, chamado Nouvelle Vague.





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