Drogados, castelos e bananas de sobremesa
Concursos Públicos

Drogados, castelos e bananas de sobremesa


“O concurseiro que só estuda, com o passar do tempo, fica que nem drogado, a única pessoa que (ainda) tem fé nele é a sua própria mãe”.

Esse desabafo foi deixado por um leitor do blog na shoutbox (aquela caixinha de mensagens curtas que tem no blog) esses dias e o pior é que se trata da mais pura verdade!

Quando uma pessoa decide largar tudo para estudar para concursos em tempo integral, apesar de ter um punhado de gente que acha essa uma decisão idiota e por isso não apóia, há também um punhado de gente que concorda que a pessoa deve procurar o que é melhor para ela, que deve mesmo lutar por um futuro melhor, e apóia sua decisão.

Então o tempo passa, os dias de estudo de sucedem, concursos públicos são prestados. Como é de se esperar, a luta do concurseiro é pontuada primeiramente de insucessos, de erros que indicam o que se está fazendo de errado, como se deve estudar melhor. Tudo bem, no começo todo mundo perdoa essas derrotas e o que não faltam são palavras de apoio, alento e encorajamento para o concurseiro.

Então o concurseiro passa a barreira de um ano de estudo, que para o senso comum de gente comum que não estuda para concursos públicos é o limite máximo para alguém conseguir ser aprovado, nomeado e empossado em um ótimo cargo público, assim como aconteceu como aquele “primo da tia da irmã da prima do namorado da filha da colega de trabalho da tia”. Isso até pode ter sido verdade há cinco ou seis anos atrás, quando a carreira pública estava em baixa e não existia essa coisa de concursos concorridos, mas isso acabou faz uns bons três anos. O que importa é que para essa pessoas, um ano é a fronteira que separa quem estuda sério do “vagabundo que está enrolando para não procurar emprego”.

Então o concurseiro passa da barreira de um ano nos estudos e nota que não há muito mais palavras de apoio e motivação. Do lado oposto, aumentam as críticas veladas e diretas ao fato de estar estudando e “ainda não ter passado em nada”, de estar perdendo tempo com um coisa que “você não tem capacidade de conseguir”. Só algumas pessoas muito próximas ainda acreditam no concurseiro e o apoiam. E isso tende a piorar ao longo do segundo ano de estudo em diante.

E não é que o desabafo do nosso colega concurseiro tem razão de ser mesmo? Uma pessoa com problema com drogas recebe o mesmo apoio no início do seu tratamento para se livrar do vício de que é vítima. Com o passar do tempo e com as recaídas, diminui o número de gente que apóia enquanto aumenta o número de gente que critica “aquele vagabundo que não quer se livrar das drogas”. No final das contas é mesmo somente a mãe e algumas pessoas muito próximas que realmente acreditam naquela pessoa que continuam a apoiá-la e a acreditar em sua recuperação.

Você está achando tudo isso muito trágico? Tudo muito triste? Acha que estou exagerando? Bem, então você que dê graças a Deus por isso, por não estar vivendo esse drama, que nesse exato momento é vivido por milhares de concurseiros, em maior ou menor grau, eu incluído.

Nossa sociedade dá valor ao instantâneo. O que é bom deve acontecer rápido. Qual a melhor lanchonete? O Mc Donald´s com seu atendimento rápido. Qual a melhor comida? A que fica pronta após cinco minutos no microondas. Qual o melhor automóvel? O que faz de 0 a 100km em menos de 10 segundos. Qual o sonho da maioria dos brasileiros? Ganhar na Megasena e ficar rico de uma hora para outra. Só que estudar, passar, ser nomeado e empossado em cargo público está longe de ser instantâneo ou rápido. Não, nada disso, é demorado. Então, é natural que quem dê valor ao “instantâneo” despreze o que é “demorado”.

Resumo da ópera – Mas é aquela velha história, quem sabe da sua vida é somente você, mais ninguém. Se formos viver baseados no que as pessoas dizem e pensam de nós, estamos ferrados. É como diz o velho ditado popular, “com as pedras que me atiram, construirei meu castelo” ... melhor, vou refazer esse ditado ao meu gosto ... “com as pedras que me atiram, estou construindo meu castelo ... e do alto da torre darei uma banana para todos que não acreditaram em mim!”.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

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