Esse tipo de situação pode acontecer em concursos distintos ou em um mesmo concurso. Será assim, pro exemplo, no concurso da CGU que acontecerá no final do mês, nas qual as provas para técnico coincidirão com as provas para analista. O que escolher? Qual a melhor estratégia? Vale trocar um salário melhor por uma virtual maior chance de passar? Questões desse tipo perseguem a maioria dos concurseiros, eu incluído, e a resposta não é fácil, muito menos, única.
Primeiro precisamos analisar com cuidado o velho mito de que quanto menor o salário oferecido para um cargo e menor o volume e/ou complexidade da matéria a ser cobrada, mais fácil será garantir uma das vagas oferecidas. Não duvido que isso possa acontecer algumas vezes, mas, pelo que venho analisando, é raro, muito raro. Basta dar uma olhadinha nas estatísticas de candidatos inscritos em concursos públicos que oferecem cargos de segundo e terceiro graus para se verificar que é muito maior o número de candidatos para o primeiro.
Vejamos com cuidado algumas falsas crenças dos concurseiros que os levam a achar que esses cargos de segundo grau são mais tranqüilos de passar:
Não há necessidade de se ter diploma de curso superior para ser empossado, só de segundo grauCerto, isso somente aumenta o número de pessoas que podem optar para esse cargo. Não pensem que somente haverá candidatos que terminaram o segundo grau há uma década e não se lembram de nada. Haverão candidatos muito bem preparados, que estão estudando faz tempo e até que estão prestes a formarem na faculdade.
O número de vagas oferecidas é maiorIsso é verdade, geralmente o número de vagas oferecidas para cargos de segundo grau é maior que as oferecidas para cargos de terceiro grau, o que, por si só, já chama muito mais candidatos. Muita gente pensará a mesma coisa, “oba, com tantas vagas terei mais chances de passar”, e no final, a relação candidato/vaga será muito maior que para os cargos de terceiro grau.
Volume menor de matérias mais simplesGeralmente os concursos de segundo grau cobram um volume menor de matérias, que também costumam ser mais simples que as cobradas para os cargos de terceiro grau. De um lado isso pode tornar o estudo mais fácil, mas de outro lado essa facilidade será para todo mundo. Além disso, muitos concurseiros que ainda não se sentem preparados para brigar por uma vaga de terceiro grau, porém estão muito bem preparados, terão uma vantagem competitiva claramente maior quando se trata dessas matérias mais simples.
Claro que tudo isso pode não acontecer e, realmente, ser mais abocanhar uma das vagas de cargo de segundo grau oferecidas que uma de terceiro grau. Mas como saber disso com antecedência? Se você não for vidente ou não apelar para meios escusos, é impossível.
Um exemplo prático. Vou prestar concurso para a CGU (Controladoria Geral da União) no final do mês. Estão sendo oferecidos cargos de técnico (segundo grau) e de analista (terceiro grau) e as provas coincidirão então os candidatos só poderão escolher um dos cargos para concorrer. Para técnico há muito mais vagas, é preciso somente segundo grau, o volume de matérias é menor e elas são mais simples, o salário é muito bom (quase R$4 mil). Para analista na área que me interessa (Combate da Corrupção) o número de vagas é muiiiito menor, é necessário terceiro grau, o volume de matérias é muiiiito maior e elas são muiiito mais complicadas (tem até Ciências Políticas e Teoria da Comunicação), mas o salário é também muito mais atraente, mais que o dobro do de técnico, R$8,5 mil). O que fazer? Qual escolher? Parti do princípio de que geralmente as pessoas escolhem o caminho aparentemente mais fácil e que, por isso, bem menos gente topará encarar provas de Ciências Políticas e Teoria da Comunicação (primeira vez que vejo essas matérias serem cobradas em concursos públicos) e então optei pelo cargo de analista. Posso tanto estar certo e enfrentar uma concorrência muito menor e/ou menos preparada, como quebrar a cara e descobrir que todo mundo pensou como eu e então enfrentar uma concorrência brutal e/ou bem preparada.
Resumo da ópera - Quem joga pôquer profissional diz que não tem nada de sorte nesse jogo, pelo menos para quem joga seriamente, é tudo uma questão de estatística e probabilidade com uma pitada de feeling. No universo dos concursos públicos não é muito diferente, é tudo uma questão de estatística e probabilidades com uma pitada de feeling do concurseiro, principalmente, quando falamos em escolher entre prestar concurso para uma vaga boa ou para uma vaga ótima. Quem decide isso sem critério ou na base do “cara ou coroa” está tomando o caminho mais curto para quebrar a cara muito bem quebrado.
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Música do dia
Como hoje é segunda-feira, nada melhor que começar o dia com um flashback bem animado. Essa música estourou no final dos anos 80 e fez um sucesso danado. Chama-se Look On The Floor (Hypnotic Tango) do Bananarama. Sugiro que procurem o vídeoclip dessa música no www.youtube.com, os concurseiros vão gostar de ver duas coroas enxutas fazendo poses sensuais (sem nudez, sorry) e as concurseiras poderão aprender algumas caras e bocas muito úteis para deixar homens de queixo caído ... peraí, não me critiquem, somos concurseiros, sim, mas isso não significa que estamos mortos, certo?
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Concurseiro é mesmo um ser que vive rodeado por dúvidas. Quem vê de fora até pensa que somos absolutamente indecisos ou algo que o valha, apesar de não ser nada disso. O problema é que cada decisão que tomamos, ou mesmo não tomamos, pode nos custar...
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