A CESPE é mesmo o monstro que pintam?
Concursos Públicos

A CESPE é mesmo o monstro que pintam?


Recentemente prestei provas do concurso do STF em Brasília. Estudei muito para esse concurso, gastei uma grana para fazer essa prova, que aconteceu em Brasília, e voltei para cansa ansioso pelos gabaritos preliminares para ter uma idéia do meu desempenho. No meio da semana seguinte à prova os tais são divulgados. Primeiro fui corrigir minha prova para AJAA (Analista Judiciário da Área Administrativa), assinalo o que acertei e errei. Na hora da contagem alegro-me com 115 acertos em 150 questões. Então vem a contagem dos erros ... medo ... para cada erro subtraia dois acertos do meu placar ... no final das contas sabia que não tinha mais chances de concorrer para uma das minguadas dez vagas oferecidas para esse cargo.

Quem já fez prestou concursos organizados pela CESPE (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos) da Universidade de Brasília , sabe exatamente como é o drama que narrei.

Essa banca, uma das maiores e mais importantes do país, tem uma maneira bastante peculiar de preparar suas provas. São apresentadas aos candidatos uma série de afirmativas que devem ser marcadas como certas ou erradas, podendo o candidato também não marcas nada se não souber responder ou estiver em dúvida. Para penalizar candidatos que ousem “chutar” a resposta, a banca desconta de seus acertos o mesmo número de questões que errou.

Desde que comecei a estudar já encontrei gente que ama a CESPE, considera suas provas mais tranqüilas e justas em comparação com as de outras bancas, bem como gente que simplesmente tem ódio dessa banca, chegando ao extremo de simplesmente não prestar concursos que a tenham como banca organizadora.

O “pomo da discórdia” é o tal mecanismo de penalização pelos “chutes”. Muitos concurseiros, eu incluído, argumentam que tal mecanismo é injusto, pois penaliza tanto os fazedores de concursos que chutam na esperança de acertar, como se jogassem na loteria, quanto os concurseiros que respondem com menos de 100% de certeza da correção da resposta, enquanto por outro lado dá clara vantagem para quem simplesmente deixa questões em branco.

Vejamos um exemplo prático em uma prova hipotética com 150 questões.

Fazedor de concursos:

Soube responder: 70 Não respondeu: 30 Chutou: 50 Chutes certos: 20 Chutes errados: 30
Pontos líquidos: (70 + 20) – 30 = 60 pontos

Concurseiro que marcou somente questões que tinha certeza da resposta:

Soube responder: 120 Não respondeu: 30 Chutes: 0 Erros: 10
Pontos líquidos: 120 –10 = 110 pontos

Concurseiro que marcou questões que tinha no mínimo 70-80% de certeza da resposta:

Soube responder com certeza: 120 Erros: 10 Marcou sem certeza: 20 Dessas acertou: 9 errou: 11
Pontos líquidos: 120 – 10 + (9 – 11) = 108 pontos

Se nesse concurso hipotético tivesse sendo oferecida apenas uma vaga, fica claro que o concurseiro que apenas respondeu as questões que tinha certeza da resposta seria o aprovado. O fazedor de concursos que chutou por chutar foi devidamente penalizado. Mas e o concurseiro que marcou questões que não tinha totalmente certeza, será que ele foi prejudicado?

Um punhado de concurseiros, professores de cursinho e até matemáticos dizem que sim, que esse concurseiro foi prejudicado. O principal argumento que usam é que esse cara não chutou, mas respondeu questões sem ter 100%¨de certeza da resposta e que acabaram sendo punidos por essa falta de absoluta certeza ao responder, o que, claro, é uma injustiça.

Um punhado de outros concurseiros, professores de cursinhos e até matemáticos dizem que não, que o concurseiro não foi prejudicado já que sabia das regras e que chutou por que quis, arriscando a sorte em sua falta de total certeza nas respostas, o que, para esse pessoal, é uma forma de chute.

Eu, particularmente, compartilho da opinião de que esse sistema penaliza também os concurseiros que arriscam uma resposta sem ter total certeza de sua correção. Mas também reconheço que a fronteira entre o chute e esse arriscar de resposta sem certeza é muito fina e nebulosa, podendo dar margens a diversas interpretações.

RESUMO DA ÓPERA - Após essa prova do STF concluí que a melhor estratégia para com a CESPE é realmente jogar seguro e evitar a todo custo arriscar responder sem ter total certeza da resposta. Talvez valha a pena no caso de questões em que se tenha 90% de certeza ou mais, mas nunca se tiver menos. Mas que é duro fica deixando questões sem responder, isso é.

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1 - Por favor, quem nos enviar mensagens pelo Orkut não se esqueça de verificar nas configurações de sua conta se qualquer pessoa poderá lhes enviar uma resposta. Está acontecendo muito de recebermos perguntas e comentários e não termos como responder simplesmente porque as pessoas configuram suas contas para somente receberem mensagens e scraps de gente que está na sua lista de amigos!

2 - Sexta-feira postaremos um artigo muito bom sobre como extrair corretamente do edital de concursos que matéria será preciso estudar, otimizando assim o tempo e a forma de estudo. Não perca.

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PERGUNTA DO DIA

O que você acha da CESPE e do seu famoso "mata-mata" (cada erro anula um acerto)? Você acha uma banca justa? Sente-se confortável em fazer suas provas?

Essa pergunta deve ser respondida em nossa comunidade no Orkut. Basta clicar no homenzinho ai em cima (você precisa estar conectado no Orkut em outra janela de navegador para ser levado à página de resposta).

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Clipe do dia



Uma das cenas mais famosas do cinema é a do ataque de helicópteros a uma vila vietnamita ao som de "Cavalgadas das Valquírias" de Richard Wagner no épico "Apocalipse Now" de Francis Ford Copolla de 1979. Essa música foi composta em 1851 como terceiro ato da peça "Die Walküre" e também foi usada em diversos outros filmes, inclusive em desenhos do Pernalonga.

Engraçado como toda vez que vou prestar um concurso público, assim que recebo o caderno de prova esse clipe me vem à cabeça ... só que na nossa guerra os concurseiros sérios estão nos helicópteros e os falsos concurseiros estão na vila.



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